Servidor exonerado e retirado do TSE por seguranças da Corte prestou depoimento por conta própria na PF

Servidor exonerado e retirado do TSE por seguranças da Corte prestou depoimento por conta própria na PF

Alexandre Gomes Machado afirmou em depoimento voluntário, nesta quarta-feira (26) na Superintendência da Polícia Federal em Brasília (DF), que após saber da sua exoneração, desconhecendo a motivação, foi ”conduzido por seguranças para o exterior do Tribunal, tendo ainda que entregar seu crachá de servidor.”

Machado é servidor de carreira desde 2010 do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-DF) e estava cedido ao Superior Tribunal Eleitoral (TSE) desde 2014. Ele disse que a partir das eleições de 2018, vinha registrando junto aos chefes imediatos que haveria ”falhas na fiscalização e acompanhamento na veiculação de inserções da propaganda eleitoral gratuita.”

O fato que chama atenção é que Machado foi exonerado 30 minutos após encaminhar um e-mail comunicando para Ludmila Boldo Maluf, chefe de gabinete do Secretário Geral da Presidência do TSE, que assessora diretamente Alexandre de Moraes. No documento recebido e enviado por Machado para Ludmila, a emissora de Rádio JM On Line admite que deixou de veicular — por não ter recebido os spots do TSE — cerca de 100 inserções da coligação ‘Pelo Bem do Brasil’ do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Ainda em seu depoimento ele diz ”temer por sua integridade fisica ou que lhe sejam imputados fatos desabonadores para desviar o foco de problemas na fiscalização de inserções por parte do TSE.”

Leia

Na noite de terça-feira (25), a campanha do presidente Jair Bolsonaro entregou ao TSE uma petição em que detalha os documentos usados para sustentar a denúncia de que rádios, especialmente no Nordeste, deixaram de veicular mais de 150 mil inserções de propaganda eleitoral do presidente.

Os advogados anexaram o relatório de auditoria de mídia realizada pela empresa Audiency Brasil Tecnologia Ltda. Também fizeram um recorte amostral de oito rádios de municípios da Bahia e de Pernambuco, que deixaram de veicular 730 inserções da campanha de Bolsonaro — beneficiando indiretamente Lula.

 

Fonte:OpniaoEs