Disputa acirrada entre Lula e Bolsonaro sai na mídia estrangeira

Os últimos momentos da campanha presidencial no Brasil foram tema de reportagens de jornais de diferentes países, como Estados Unidos, Argentina, Espanha e França.
Veja abaixo como alguns dos veículos internacionais descrevem o momento político brasileiro perto da votação para decidir se o presidente será Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou Jair Bolsonaro (PL).
“The Guardian”, Reino Unido
O jornal inglês fez um texto sobre o orçamento secreto e sua possível influência no resultado da votação.
“Quando os historiadores escreverem livros a respeito de por que tantos brasileiros votaram para a extrema direita, eles vão, justificadamente, focar em temas ideológicos, políticos e sociais. Mas há outra razão importante pela qual o presidente Jair Bolsonaro ainda é competitivo à medida que o segundo turno se aproxima: ele está distribuindo bilhões de um fundo para ‘comprar’ pessoas. O fundo é conhecido como ‘orçamento secreto’ porque não há supervisão da aplicação do dinheiro depois que é entregue aos legisladores”, afirma o texto.
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“The Wall Street Journal”, EUA
O “Wall Street Journal” publicou um texto sobre as condenações de Lula na Justiça que foram posteriormente anuladas. De acordo com o jornal, uma eventual vitória de Lula sinaliza que os eleitores estão com a cabeça em questões econômicas.
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“Frankfurter Allgemeine”, Alemanha
O jornal alemão traz reportagem de seu correspondente em São Paulo intitulada “Com a raiva do desespero”, que mostra o esforço que a campanha de Jair Bolsonaro tem feito para “virar o jogo”, apesar de as pesquisas indicarem provável derrota no segundo turno. Cita a acusação de que rádios do Nordeste deixaram de veicular inserções de propaganda do atual presidente, que teve investigação rejeitada pelo TSE, e o episódio envolvendo a prisão de Roberto Jefferson.
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Jornal alemão trouxe reportagem sobre a campanha de Bolsonaro na reta final — Foto: Reprodução/FAZ
De acordo com a reportagem, Bolsonaro “está alimentando a ira de seus apoiadores mais radicais, que já se perguntam nas redes digitais o que fazer se Bolsonaro tiver a eleição ‘roubada’. Em caso de derrota de Bolsonaro, pode-se supor que seus apoiadores demonstrarão sua indignação com manifestações. Mais de 60% de seus eleitores disseram em uma pesquisa que não aceitariam a eleição de Lula da Silva”.
“Washington Post”, EUA
Um texto do “Washington Post” compara a polarização política no Brasil com a dos Estados Unidos.
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“Toxidade e polarização define o discurso nacional. Um dos lados vê o outro como um grupo pecadores e de agentes do satanismo, patetas comunistas dispostos a doutrinar as crianças nas escolas e capturar a economia para seu projeto socialista. O outro lado vê seus oponentes como pessoas que arrastariam o país ao caminho do fascismo e da ruína, vomitando intolerância, misoginia e violência pelo caminho. Essa descrição poderia ser dos EUA, mas estamos falando do Brasil”, afirma o texto.
“The New York Times”, EUA
O “New York Times” publicou uma reportagem sobre as alegações de Jair Bolsonaro (PL) sobre as urnas eletrônicas no Brasil.
O jornal lista rapidamente algumas das falas do atual presidente e então diz: “Essas alegações são falsas, de acordo com autoridades eleitorais do Brasil, agências de verificação de fatos e especialistas independentes em segurança eleitoral que estudaram o sistema de votação eletrônica do país”.
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De acordo com o jornal, a insistência de Bolsonaro em questionar as urnas teve como resultado “uma campanha de um ano que torpedeou a fé de milhões de brasileiros nas eleições que sustentam uma das maiores democracias do mundo”.
“El País”, Espanha
O jornal tem acompanhado bastante as eleições no Brasil. Nos últimos dias, publicou uma reportagem sobre as denúncias de assédio eleitoral, inclusive por parte de empregadores.
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Reprodução de texto do El País sobre eleições no Brasil — Foto: Reprodução/El País
“As denúncias registradas, 1.633 até agora na campanha, cresceram 670% em relação às eleições de 2018, segundo dados do Ministério Público até o meio-dia desta quarta-feira. O número de empresas processadas também é doze vezes maior do que há quatro anos”, publicou o “El País”.
“Libération”, França
O jornal publicou uma reportagem sobre informações falsas e sobre a atuação do Tribunal Superior Eleitoral. “Antes do segundo turno, em 30 de outubro, o tribunal eleitoral busca limitar a disseminação de notícias falsas e difamação nas redes sociais. Um exercício praticado mais por apoiadores de Bolsonaro do que por apoiadores de Lula”, afirma o texto.
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“Le Nouvel Observateur”, França
A revista francesa L’Obs publicou uma reportagem sobre o segundo turno em que descreve o ambiente nos dias que antecedem a votação como elétrico.
A publicação descreve a participação de Jair Bolsonaro em um dos debates e a presença de Lula em um encontro com evangélicos.
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“Clarín”, Argentina
O jornal de Buenos Aires publicou textos sobre a possibilidade de haver tumulto após a votação. O “Clarín” diz que muitos no Brasil temem que o presidente Jair Bolsonaro se inspire em outras “experiências tumultuosas” na região, especialmente na dos EUA, pós-eleições.
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O “Clarín” cita que o TSE recusou a denúncia da campanha de Bolsonaro de que emissoras de rádio do Nordeste estariam favorecendo a candidatura de Lula.
“La Nación”, Argentina
O “La Nación” também publicou uma reportagem sobre a possibilidade de que Bolsonaro cause tumulto após a eleição. A chamada é “Terceiro turno?”
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Chamada do La Nación sobre eleições no Brasil — Foto: Reprodução/La Nación
Além disso, o “La Nación” tem uma lista de histórias falsas que mobilizaram eleitores durante as campanhas no Brasil. Um dos tópicos é sobre mentiras a respeito de países latino-americanos: foi dito que a Colômbia teria “autorizado a pedofilia” (na verdade, durante o governo de Iván Duque, de direita, a Colômbia passou a permitir o casamento a partir de 14 anos sem a permissão dos pais ou responsáveis).
Fonte:G1

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