STJ nega pedido de liberdade a assassino de Gerson Camata
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou, na noite desta quarta-feira (16), um pedido do habeas corpus (recurso) impetrado pela defesa de Marcos Venício Moreira Andrade, acusado de assassinar o ex-governador do Espírito Santo Gerson Camata no dia 26 de dezembro do ano passado. O ex-assessor de Gerson Camata é acusado pelos crimes de homicídio qualificado e porte ilegal de arma de fogo.
A decisão foi do ministro Sebastião Reis Júnior. Ele alegou que o deferimento de liminar em habeas corpus é medida de caráter excepcional, cabível apenas quando a decisão impugnada estiver eivada de ilegalidade flagrante. “Não tendo, por ora, como configurado constrangimento ilegal passível de ser afastado mediante o deferimento da liminar ora pretendida”, afirmou na decisão.
O ex-assessor teve a prisão decretada pelo Juízo de Direito da 1ª Vara Criminal de Vitória, decisão que foi mantida pelo Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJ-ES), que também negou o habeas corpus do réu em julho e setembro deste ano.
O caso
Marcos Venício foi assessor de Gerson Camata por cerca de 20 anos, até que a relação foi comprometida. Ambos tinham uma briga na Justiça depois do ex-assessor acusar Camata de suposto crime de caixa dois.
O ex-governador negou as acusações e processou o ex-assessor. Marcos foi condenado a pagar uma indenização de R$ 50 mil, além de honorários e custas processuais. Mesmo recorrendo, ele teve R$ 60 mil bloqueados de sua conta, para que indenizasse Camata.
A briga na Justiça teria motivado o crime, que ocorreu em frente a um restaurante do bairro Praia do Canto, em Vitória. O ex-governador foi morto com um tiro no ombro, após ser abordado pelo assassino. Camata não teve chance de defesa e seu corpo ficou caído na calçada.
Gerson Camata tinha 77 anos quando foi assassinado. Ele começou na vida pública como vereador de Vitória, capital do Espírito Santo, em 1967.
Foi eleito Deputado Estadual em 1971 e eleito deputado federal duas vezes, entre 1975 e 1983. Ocupou o cargo de governador do Espírito Santo em 1983 e representou o Espírito Santo no Senado Federal por três mandatos, de 1987 a 2011. Ele era casado com a ex-deputada federal Rita Camata e deixou dois filhos.
O outro lado
A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Marcos Venício Moreira Andrade.
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