CPI apura caso de cão sozinho em apartamento
Em reunião extraordinária nesta terça-feira (15), a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura casos de maus-tratos contra animais colheu depoimentos de envolvidos em caso de cão da raça yorkshire supostamente negligenciado pela pessoa responsável.
O animal ficou sozinho por até quatro dias, em Jardim Camburi, bairro de Vitória. O animal foi resgatado no começo da tarde de um sábado por equipe da Prefeitura de Vitória após diversas denúncias com vídeos de moradores desde a noite de sexta.
A oitiva foi conduzida pela presidente da CPI, deputada Janete de Sá (PSB). A primeira depoente foi a gerente de Bem-Estar Animal da Prefeitura de Vitória, Katiuscia Rodrigues de Oliveira. Ela disse que, mesmo não sendo de praxe trabalhar aos finais de semana, ela e mais dois médicos veterinários foram ao apartamento e verificaram uma situação de maus-tratos.
A gerente acrescentou que o apartamento ficava no 3º andar, a varanda estava sem tela de proteção e o animal, trancado sem acesso ao restante da casa. Vasilhas que poderiam ser usadas para ração estavam vazias e em uma havia pouca água. O local, segundo a depoente, continha uma quantidade de fezes não condizentes para um animal de porte pequeno.
A depoente disse ainda que os dois veterinários atestaram desidratação e infecção urinária no animal, encaminhado a uma clínica contratada pela prefeitura. Depois de retirar o cachorro do apartamento, a servidora conversou com a tutora e solicitou que ela procurasse a gerência.
Na segunda-feira seguinte, a tutora foi ouvida na prefeitura e teria demonstrado arrependimento. Na ocasião, a dona do animal disse que havia combinado com um amigo para cuidar do animal durante uma viagem, mas o amigo sofreu um acidente e não conseguiu ir ao apartamento.
Viagem
A tutora prestou depoimento à CPI logo em seguida. Empresária, ela explicou que viajou para participar de um grande evento relacionado à sua área de atuação em Brasília, saindo por volta das 5 horas numa quinta e retornando no domingo à noite.
O cuidado com o animal, conforme disse, teria sido combinado com o amigo na noite anterior à viagem mas, por conta de um acidente de moto na manhã seguinte, ele não teria ido ver o cachorro. Questionada, a depoente afirmou, mais de uma vez, que não levou o animal para viajar porque era um evento com muita gente e achou melhor preservá-lo no “cantinho dele”.
Questionada sobre a informação dada pela servidora da prefeitura sobre o fato de a carteira de vacinação do animal estar desatualizada, a tutora disse acreditar que não estaria – as próximas seriam ainda em dezembro deste ano, segundo ela.
Acidente
O amigo da tutora confirmou à CPI que, na quarta-feira à noite, combinou de cuidar do cachorro na ausência dela, para visitar, limpar e passear com o animal, numa frequência de duas vezes por dia.
O depoente alegou que se esqueceu do compromisso por causa de um acidente na manhã de quinta-feira e que foi liberado do atendimento médico três horas depois. Questionado por que ele não tomou nenhuma atitude em relação ao animal, ele afirmou que o acidente tocou em um trauma que o debilitou por alguns meses, quase levando à falência. “Apaguei da mente tudo o que era fora da minha rotina”, pontuou.
O relator da CPI, deputado Alexandre Xambinho (PSC), perguntou por que o depoente não cogitou levar o cão para a casa dele. Ele respondeu que, por causa da preocupação com o acidente, não lembrou do animal.
Com inquérito aberto, o caso segue em investigação pela Delegacia do Meio Ambiente.
Fonte: Ales
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