Participação de mulheres nas cooperativas em debate

Participação de mulheres nas cooperativas em debate

Segundo o Anuário do Cooperativismo Capixaba, apesar do aumento da presença feminina no setor, elas representam apenas 33% dos cooperados

A analista de Desenvolvimento Humano do Sistema OCB/ES, Bianca Aparecida da Silva Rocha, participou da Comissão de Cooperativismo desta terça-feira (5), quando apresentou números sobre a participação das mulheres no segmento. De acordo com ela, apesar de avanços, ainda há espaço para crescimento.

Com base nas informações do Anuário do Cooperativismo Capixaba de 2023, Bianca revelou que houve aumento de presença feminina nos últimos três anos; no entanto, elas representam apenas 33% dos cooperados – em um universo de 747 mil.

Segundo Bianca, o cenário fica ainda pior quando é analisado o número de mulheres que exercem atuação nos conselhos de administração das cooperativas (16%). “Ou seja, quem está tomando a decisão para essas mulheres, a grande maioria, são os homens”, pontuou.

Por outro lado, ponderou, conforme o anuário, entre os empregados celetistas contratados pelo segmento, hoje as mulheres são maioria e representam 60%. “Isso é acima da média de outras organizações e empresas que temos por aí”, disse a convidada.

Fotos da reunião

Ações

Bianca aproveitou para apresentar as ações desenvolvidas pelo Sistema OCB no sentido de incentivar a participação delas na área, como o estímulo à criação de núcleos femininos cooperativistas. Atualmente existem oito, com mais de 230 participantes de 22 municípios.

Além disso, enfatizou iniciativas como a realização de encontros regionais e estadual; a oferta de cursos gratuitos voltados para o segmento; e a disponibilização de manual para a implantação de comitês de mulheres em cooperativas. Ela revelou que, em breve, será lançado o programa de formação de lideranças femininas.

Deputados

Autor da lei que criou o Dia da Mulher Cooperativista, o deputado Allan Ferreira (Podemos) avaliou ser importante reconhecer a contribuição e estimular a adesão delas aos cargos de direção, mesmo com dificuldades extras como uma jornada de trabalho ampla que envolva os cuidados da família.

“É um jogo ainda desigual; mesmo com a dificuldade, são corajosas, lutam por igualdade e levam a suavidade e o poder de transformar problemas em soluções”, afirmou o presidente do colegiado.

Membro efetivo da comissão, a deputada Raquel Lessa (PP) disse que antigamente via uma participação tímida do sexo feminino nas cooperativas, cenário que vem mudando nos últimos anos – sobretudo na produção cafeeira. Essa expansão se deve, conforme a parlamentar, a características como força, sensibilidade e organização.