Operação Consórcio Fake interdita seis empresas

Operação Consórcio Fake interdita seis empresas

Delegacia do Consumidor e Comissão da Ales fecham empresas acusadas de induzir consumidores a erro na venda de bens

A Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon) e a Comissão de Defesa do Consumidor da Assembleia Legislativa (Ales) interditaram seis empresas de consórcios localizadas em Vitória e Serra suspeitas de aplicarem golpes em seus clientes. A quarta fase da operação “Consórcio Fake” realizada na quarta-feira (3) foi detalhada em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (4), no Plenário Rui Barbosa da Ales.

Participaram da coletiva o deputado Vandinho Leite (PSDB) e o delegado da Decon, Eduardo Passamani. Das seis empresas fechadas, duas eram de Serra e as outras quatro de Vitória. No total, já são 12 empresas interditadas desde o início da operação, em julho de 2023.

Conforme informado, diferente das outras fases, desta vez ninguém foi detido. A delegacia especializada mudou a estratégia e, em colaboração com o Ministério Público, tem adotado medidas buscando combater o golpe do consórcio.

Nova estratégia

O foco agora é investigar de forma mais aprofundada os mentores da organização criminosa, com a participação direta do Ministério Público. A intenção é responsabilizá-los com penas mais duras e mais severas e não deixar, ao mesmo tempo, o consumidor cair nesses golpes. Por não ser um crime hediondo, os suspeitos saíam da prisão em poucos dias e usavam o CPF de outras pessoas, como laranjas, para abrirem novas agências golpistas.

Segundo o deputado Vandinho Leite, presidente da Comissão de Defesa do Consumidor, as empresas que aplicam golpes são muito bem estruturadas e, por isso, ele sensibiliza a população a denunciar.

“Era um terreno lindo, uma chácara por R$ 80 mil, ou seja, muito barato. As vítimas falam sobre anúncios falsos na internet em que elas eram induzidas por produtos como carros, motos ou terrenos com preços muito baixos, fotos muito bonitas em que elas iam até esses locais para comprar, através de um financiamento e, o que na verdade elas estavam ali assinando, não era um financiamento, era um consórcio que não tinha retirada do imóvel imediato. Na verdade essas pessoas perdiam esse dinheiro inicial porque esse início do consórcio nada mais é do que taxas administrativas”, detalhou
o parlamentar.

Ainda de acordo com Vandinho, o Procon continuará aplicando multas, que podem chegar a R$ 13 milhões. “Nós estamos discutindo isso, um trabalho integrado aqui da Assembleia com o Procon, com o Procon estadual, que agora decorre no prazo necessário, mas a gente consegue impedir o funcionamento já fazendo a interdição e, a partir de agora, vem as multas, mas pelo menos a gente estanca o problema dessas empresas estarem aplicando”.

O golpe

Por meio de anúncios em redes sociais, sites de vendas e em lojas físicas, as supostas empresas do ramo de investimentos e serviços financeiros atraem consumidores com a promessa de condições especiais de financiamento – como entrada ou prestações a valores muito baixos – e a entrega do bem em poucos dias.

No entanto, diante da demora para receber o produto, os clientes acabam descobrindo que, na verdade, foram induzidos ao erro, assinando contratos de adesão a consórcios de bens. Após a assinatura e o pagamento, muitos clientes não conseguem recuperar a quantia investida.

Denúncias

A Delegacia do Consumidor fica localizada no Espaço Assembleia Cidadã, no térreo da Ales, e funciona de segunda a sexta-feira, das 8 às 18 horas. Os telefones para denúncias são (27) 3132-1921 / 1922.

Já a Comissão de Defesa do Consumidor da Ales pode ser acionada por meio dos telefones (27) 3382.3717 / (27) 3382.2226 ou e-mail: [email protected]