Deputados criticam audiências de custódia

Deputados criticam audiências de custódia

Manifestações na sessão ordinária surgiram na esteira de assassinato de casal de idosos ocorrido em Cachoeiro de Itapemirim na terça

Na sessão virtual desta quarta-feira (9), parlamentares criticaram a realização de audiências de custódia. O assunto surgiu durante o pedido de um minuto de silêncio feito pelo deputado Engenheiro José Esmeraldo (PDT) em homenagem aos idosos Cacilda Duarte (77) e Luiz Duarte (80), assassinados a facadas em Cachoeiro de Itapemirim na terça (9). Eles eram pais da primeira-dama da cidade, Keila Vetoraci, mulher do prefeito Victor Coelho (PSB). Os investigados pelo crime são Valmir Santana Ribeiro (38) e Adriana de Souza Santos (36), que foram presos horas depois do crime.

“A audiência de custódia soltou esse indivíduo (Valmir), que já havia sido preso por crimes, fica aqui a nossa indignação e ao mesmo tempo o nosso apoio a essa família enlutada”, desabafou o deputado. “Esse pessoal está sendo solto de forma inadequada”, completou. “A polícia vai lá, faz o trabalho dela (…), come o pão que o diabo amassou para poder prender o bandido e na audiência de custódia o juiz solta. Isso é um absurdo”, reforçou Esmeraldo.

De modo geral as audiências de custódia são realizadas em um período de até 24 horas após a prisão em flagrante. É uma reunião na qual o juiz ouve a pessoa detida e avalia pela manutenção da prisão, revogação ou adoção de medidas cautelares. A audiência tem participação de representantes do Ministério Público, Defensoria Pública ou advogado de defesa.

O posicionamento de Esmeraldo recebeu o reforço dos colegas de plenário Lucas Polese (PL), Coronel Weliton (PRD) e Dr. Bruno Resende (União), além do Delegado Danilo Bahiense (PL).

Bahiense lembrou que Valmir havia sido condenado, por crime de roubo, a 6 anos e 8 meses de prisão, e também por homicídio a 5 anos, 5 meses e 10 dias. “Ele cumpriu apenas 64% da pena e foi para o regime aberto em janeiro deste ano. Ele não se apresentava à Justiça como deveria se apresentar todos os meses. Em maio ele foi preso por furto e foi liberado”, explicou.

O parlamentar colocou na conta do Judiciário a soltura do envolvido no assassinato, considerado por ele como criminoso contumaz. Ele contou que, na ocasião da audiência de custódia, a juíza deveria ter checado o sistema para se certificar que houve descumprimento das determinações previstas no Código Penal.

Na análise de Bahiense, é preciso uma reforma da legislação, uma vez que as penas de homicídio são brandas quando comparadas às de outros crimes, como aqueles cometidos contra o patrimônio.

Tratamento contra o câncer 

Sergio Meneguelli (Republicanos) pediu celeridade para que o tratamento de radioterapia do Hospital Santa Rita, em Vitória, seja retomado. Segundo ele, pacientes de Colatina aguardam há mais de 10 dias para que aparelho seja consertado. Ele criticou a falta de regionalização para esse tipo de atendimento e considerou como humilhante o deslocamento de pacientes em grandes distâncias.

O deputado Dr. Bruno Resende (União) revelou que, nos próximos meses, mais aparelhos de radioterapia serão inaugurados, atendendo Colatina, Linhares, Vila Velha e Cachoeiro de Itapemirim.

Projeto aprovado

Foi aprovado o Projeto de Resolução (PR) 21/2024. A matéria garante que servidores da Assembleia Legislativa (Ales) usufruam do abono de aniversário mesmo quando a data cair em finais de semana, feriados e pontos facultativos. Nesses casos, a folga será tirada no dia imediatamente subsequente. O benefício do abono também foi estendido a estagiários da Casa.

A matéria passou pelo crivo das comissões de Justiça e Finanças, sob o parecer favorável do relator Mazinho dos Anjos (PSDB). Apesar de classificar a proposta como constitucional, uma vez que partiu da iniciativa da Mesa Diretora, o parlamentar criticou o mérito. O tucano, Lucas Polese (PL) e Adilson Espindula (PSD) votaram contra o texto.

O presidente Marcelo Santos (União), um dos autores do projeto, frisou que a iniciativa privada vem adotando medidas desse tipo para promover o bem-estar do funcionário, como o teletrabalho e a diminuição da carga horária, por exemplo. “Ele (servidor) já tem esse direito. O que nós estamos na verdade é equalizando esse direito”, defendeu.

O ponto de vista de Marcelo foi encampado por outros parlamentares, como Coronel Weliton, que também subscreve o projeto, e Camila Valadão (Psol).