Como Divulgar e Mobilizar para a Agenda 2030 através da Educação?

Por Cesar Allbenes
Neste texto, vamos mostrar como podemos divulgar e mobilizar para a Agenda 2030 / 17 ODS, através da Educação. Quando surge a proposta de trabalhar projetos sustentáveis para a educação em todos os níveis, da educação infantil ao ensino superior, muitas vezes surgem as dúvidas: Como realizar sua implantação de forma adequada, e como incluir os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável nessa prática. Atualmente, muitas abordagens técnicas têm sido estudadas e implementadas com o objetivo de construir experiências de aprendizado que tenham caráter plural e formador e que contribuam para a formação plena dos estudantes. Muitas delas tendem a ser alinhadas aos documentos de cooperação internacional.
Entre as demandas mais emergentes na sociedade atual está a questão da sustentabilidade. Por conta disso, é cada vez mais imperativo que a equipe pedagógica, juntamente com os professores, esteja preparada para adicionar essa temática no currículo escolar com estratégias eficazes e que surtam o efeito esperado.
Por que aplicar os ODS no contexto educacional?
Quem trabalha com a docência nos primeiros anos sabe que esse período tem grande importância na formação de adultos saudáveis. É nessa janela em que as experiências e descobertas moldam toda percepção, reação e interação. Portanto, os estímulos oferecidos nessa fase são de altíssima relevância e devem ser considerados.
Ainda, as últimas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, ou DCNEIs, sugerem que a função sociopolítica e pedagógica da EI (Educação Infantil) deve “construir novas formas de sociabilidade e de subjetividade comprometidas com a ludicidade, a democracia, a sustentabilidade do planeta e com o rompimento de relações de dominação etária, socioeconômica, étnico-racial, de gênero, regional, linguística e religiosa”. Ou seja, os ODS e a educação precisam caminhar lado a lado.
Como trabalhar os ODS na escola?
Algumas das sugestões de atividades para trabalhar sustentabilidade na escola é começar a introduzir o assunto por meio de recursos e metodologias ativas que tragam inovação e interesse nas crianças. Isso pode ser feito com práticas simples e que se adaptam muito bem ao currículo comum.
Bons exemplos são a inserção do contato com a natureza por meio de exercícios em que os professores atuam como mediadores da criança. Assim é possível fortalecer o vínculo dos alunos com o meio ambiente e inserir conceitos que tornem a escola um espaço que propicie intervenções positivas ao abordar assuntos variados.
É possível, de maneiras simples e repletas de ludicidade, abordar o assunto de forma integrada com o ambiente estudantil. Além de serem de fácil assimilação, com essas ações, cria-se a oportunidade de que isso se transforme em parte integrante dos valores e da cultura da instituição. Algumas ideias são:
- Desenvolver ações que eduquem e promovam a participação na seleção e descarte correto dos materiais recicláveis conforme suas categorias;
- Promover e conscientizar sobre a importância do consumo inteligente de recursos não-renováveis, como a água;
- Reutilização da água para limpeza de espaços comuns da escola;
- Fazer o uso de menos papel ou reaproveitamento de objetos para finalidades lúdicas, como construção de brinquedos com plástico e outros materiais;
- Criação de uma horta cuidada pelas crianças e consumo desses alimentos, estreitando os laços entre os estudantes, a natureza e a origem da comida;
- Plantio de mudas de flores, árvores e outras plantas na escola ou em outros lugares, como parques, isso ajuda a aumentar o senso de responsabilidade ecológica.
É importante que, ao aplicar tarefas como as citadas acima, a escola seja movida a participar como promotora e incubadora de ideias que os próprios alunos possam apresentar. Colocando-os como agentes da mudança, o papel que lhes é atribuído influencia na formação de laços, ao mesmo tempo em que reforça as noções de cidadania.

Graduado em Filosofia pela UFES (Universidade Federal do Espírito Santo), Mestre em Educação pela UFES (Linha de Pesquisa: Educação, Trabalho e Qualificação Profissional).
Doutor em Serviço Social pela UERJ (Linha de Pesquisa: Trabalho e Políticas Sociais) Pós-doutor em Política Social pela UFES (Universidade Federal do Espírito Santo) Docente de Cursos de Graduação e Pós-Graduação. Escritor, Pesquisador da Agenda 2030 da ONU, Consultor Político e Palestrante