Senadora Simone Tebet (MDB) assume candidatura ao comando do Senado “para tentar conter crescimento do DEM”
A líder do MDB no Senado, Simone Tebet (MS), afirmou nesta 3ª feira (22.jan.2019) que apresentou sua candidatura ao comando da Casa para barrar uma movimentação do DEM para disputar o cargo em uma atitude que ela chamou de prejudicial ao governo de Jair Bolsonaro.
A senadora diz que o governo de Jair Bolsonaro não tem atuado na disputa, mas que há influência do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, para viabilizar o nome de Davi Alcolumbre (DEM-AP).
Segundo Tebet, o DEM tem feito circular nos bastidores que prefere que Renan Calheiros (MDB-AL) se sagre vencedor na disputa interna do partido, porque seria mais fácil de ser batido em um 2º turno. “O DEM não tem que querer nada dentro da bancada do MDB”, disse.
O DEM tem forte concentração na Esplanada dos Ministérios e comanda a Câmara dos Deputados. O presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), busca a reeleição. Sua resposta com irritação ao movimento de Lorenzoni e demistas no Senado visa “combater a hegemonia do DEM”.
“Interessaria para o DEM uma candidatura do Renan contra eles, porque mesmo com o voto fechado eles acham que poderiam ganhar”, disse. “O que, a princípio, eu acho que estão totalmente equivocados. Estão equivocados e estão prejudicando o governo.”
Até o momento, Renan é o favorito na disputa mesmo sem confirmar que é candidato. O emedebista conta com a simpatia do ministro da Economia, Paulo Guedes, e há meses vem se aproximando de senadores recém-eleitos.
Simone Tebet diz que o MDB não sairá dividido da disputa, mas diz estudar a possibilidade de apresentar uma candidatura avulsa caso Renan seja o preferido na votação. A bancada escolherá o candidato do partido na próxima 3ª feira (29.jan).
Sem detalhar, ela diz que seu nome tem apoio de diversos emedebistas. “Senadores me procuraram para falar que viam dificuldade em votar em Renan mesmo em uma situação fechada. Quis apresentar uma alternativa e disse que disputaria dentro da bancada”.
A líder do MDB diz ainda que a movimentação do DEM é prejudicial para o governo. Caso setores do governo, como a Casa Civil, continuem atuando para influenciar a eleição do Senado, “a bancada vai ter que ter uma reação”, diz.
“Não se vota uma reforma da Previdência já tendo, de pronto, a maior bancada não apoiando”, afirmou.
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