Mais de 100 móveis são produzidos por internos do sistema prisional
Internos da Penitenciária Estadual de Vila Velha III, no complexo de Xuri, em Vila Velha, trabalham a todo vapor para produzir diversos móveis e itens decorativos que irão compor toda a estrutura da nova Associação dos Amigos dos Autistas do Estado do Espírito Santo (Amaes), a ser implantada em Cariacica. Mais de 100 itens em madeira estão em produção na unidade prisional.
Entre os materiais estão mesas, cadeiras, estantes, bancos, armários, bancadas, e até jardim vertical. A parceria com a Amaes fortalece o projeto da Marcenaria Jequitibá, onde sete detentos trabalham como marceneiros. A previsão é entregar os móveis no final deste mês.
Antes de iniciar a produção, internos e servidores responsáveis pelo projeto discutem como será o layout dos móveis para o melhor aproveitamento da madeira, que é doada por entidades parceiras. A Amaes, colaborou com insumos, como ferramentas, cola e parafusos.
Para a subsecretária de Ressocialização da Secretaria da Justiça, Regiane Kieper do Nascimento, o projeto da marcenaria visa à qualificação profissional dos internos como alternativa para a reinserção social.
“Buscamos desenvolver projetos que qualificam os internos para o mundo do trabalho. A profissão de marceneiro está escassa no mercado, por ser uma profissão que demanda um currículo amplo e uma necessidade de tempo para formação. Na Marcenaria Jequitibá os internos participantes do projeto aproveitam o tempo em cárcere para aprender o ofício, se qualificar para montar o próprio negócio ou ser um prestador de serviço, de acordo com as necessidades do mercado”, explica Regiane Kieper.
O interno Vanderlei Inocêncio está há pouco mais de dois anos no projeto e hoje coordena e repassa seus conhecimentos para os demais internos participantes. Ele diz que quando entrou na Marcenaria, nunca havia mexido com madeira. “Cheguei na marcenaria sem saber nada e, hoje, faço projeto, construo, pego a madeira e transformo num móvel. Sou muito grato por aprender a cada dia e poder repassar o que eu sei para os demais internos”, diz Vanderlei Inocêncio.
Já Felipe Diego aprendeu a dar mais valor à profissão de marceneiro ao entrar para o projeto. “Entrei no projeto com o intuito de mudar de vida e aprimorar a profissão que aprendi com o meu avô, que era marceneiro. Desde então, vejo a profissão com outros olhos e sei que posso conquistar muitas coisas. Sonho em abrir minha própria marcenaria”, destacou Felipe Diego.
Reprodução Governo do Estado
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