Polícia Federal emiti relatório conclusivo para informar que Bolsonaro não interferiu na corporação

Polícia Federal emiti relatório conclusivo para informar que Bolsonaro não interferiu na corporação

A Polícia Federal emitiu relatório conclusivo de 150 páginas informando que o presidente Jair Bolsonaro (PL) não interferiu na Corporação, conforme acusou o ex-ministro Sérgio Moro.

O caso ganhou notoriedade quando Moro saiu do governo federal em abril de 2020 e anunciou para imprensa que Bolsonaro teria demitido o diretor-geral da PF Maurício Valeixo por ter interesse em interferir e obter informações de investigações em curso.

No relatório, o delegado Leopoldo Soares Lacerda concluiu que Bolsonaro não cometeu crime, pois “cabe ao Presidente da República nomear e exonerar o Diretor-Geral da Polícia Federal, independente de indicação ou referendo do Ministro da Justiça e Segurança Pública”.

De acordo com relatório, “os atos foram realizados dentro da legalidade e formalizados conforme a praxe administrativa”.

“Concluímos que, dentro dos limites da investigação traçados pelos Exmos. Ministros Relatores, no âmbito da esfera penal, não há nos autos elementos indiciários mínimos de existência de materialidade delitiva imputada ao Senhor Presidente da República Jair Messias Bolsonaro assim como também ao Senhor Sérgio Fernando Moro”.

O delegado Leopoldo Soares Lacerda escreveu no documento que todas as testemunhas garantiram não ter havido interferência de Bolsonaro em investigações.

A investigação durou quase dois anos. “No decorrer dos quase dois anos de investigação, dezoito pessoas foram ouvidas, perícias foram realizadas, análises de dados e afastamentos de sigilos telemáticos implementados. Nenhuma prova consistente para a subsunção penal foi encontrada. Muito pelo contrário, todas testemunhas ouvidas foram assertivas em dizer que não receberam orientação ou qualquer pedido, mesmo que velado, para interferir ou influenciar investigações conduzidas na Polícia Federal”, concluiu no relatório final.

O documento agora será enviado ao STF e também para o procurador-geral da República Augusto Aras, a quem cabe avaliar se há elementos para apresentar denúncia ou arquivar o inquérito.

MORO DESQUALIFICOU O TRABALHO DA PF

Em uma postagem no Twitter o presidenciável sobrepõe seus apontamentos sem apresentação de provas ao fato investigado pela Polícia Federal.

”Mas certamente, às quatro trocas de diretores da PF falam mais alto do que as 150 páginas desse documento.”

CONTRADIÇÃO

Enquanto ministro Sérgio Moro esteve em janeiro de 2020 no programa Roda Viva na TV Cultura e foi categórico ao afirmar que ”nunca houve qualquer interferência indevida do presidente, nunca houve qualquer afirmação ‘não faça isso’. Sempre se trabalhou para que os fatos fossem da melhor maneira investigados.”

Reprodução: Opinião ES