Guedes diz que governo federal vai parar de contratar porque há servidores demais
Ministro da Economia está sendo ouvido na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou durante sessão da Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados nesta terça-feira que governo federal deve parar de admitir novos servidores públicos pelos próximos anos.
Guedes disse que cerca de 40% do funcionalismo deve se aposentar em cerca de cinco anos e isso servirá para “desinchar” a máquina pública. Aliado a isso, o governo pretende informatizar para diminuir a necessidade de mão de obra.
“Você não precisa demitir, não precisa fazer nada. Basta você desacelerar as contratações, as entradas que vai acontecer naturalmente e esse excesso vai embora, sem custo, sem briga, sem precisar declarar que vai desaparelhar as máquinas públicas. Não precisa fazer nada disso. Só ficar quieto um pouquinho e daqui a pouco a coisa desincha”, afirmou.
Guedes está sendo ouvido hoje na comissão para explicar a reforma da Previdênciae os planos do governo federal. Ainda no raciocínio de fazer desinchar a máquina pública que, segundo ele, teve uma aceleração de contratações nos últimos anos, nem mesmo os apoiadores teriam espaço. “Em vez de admitir militantes nossos agora, nos próximos dois anos, não vamos fazer admissões”, disse.
Antes de encerrar sua fala inicial, o ministro ainda disse que o governo prepara, para tão logo a reforma da Previdência ser aprovada, uma série de novas medidas. “Vamos fazer a reforma da Previdência, imediatamente depois tributária, o pacto federativo, acelerar as privatizações, abertura da economia, descentralização e esses ajustes”, disse.
Na mesma reunião da comissão o ministro da Economia ainda comparou o país a uma baleia ferida , que tenta se recuperar. E o remédio seria a reforma da Previdência.
“Não é coincidência que o Brasil cresça 0,5% ao ano nos últimos oito anos. O Brasil é uma baleia ferida que foi arpoada várias vezes, está sangrando e parou de se mover. Não tem direita ou esquerda, precisamos retirar os arpões”, afirmou durante audiência na Comissão de Finanças de Tributação (CFT) da Câmara.
Guedes repetiu que o desequilíbrio das contas públicas vai retirar recursos de várias áreas, como a Saúde e as universidades federais. “O governo está quebrando. Na reforma da Previdência não estamos tirando R$ 1 trilhão de ninguém, estamos cortando privilégios e desigualdades futuras”, enfatizou.
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