Convenção: Da Vitória disputa a reeleição, PP fecha com Casagrande e apoio ao Senado é adiado
Na convenção partidária deste sábado (30), o PP vai confirmar o apoio à reeleição de Casagrande (PSB), mas deixará em aberto a decisão sobre o apoio ao Senado. O coordenador da bancada federal capixaba, deputado Josias da Vitória, que era cotado para disputar o Senado, vai concorrer à reeleição para a Câmara Federal.
“O que já está praticamente desenhado será anunciado. O governador Casagrande irá lá, ele tem a simpatia de quase a totalidade do partido, que é favorável à sua reeleição, mas vamos deixar em aberto a decisão do Senado. Até o registro da candidatura a gente decide”, disse Da Vitória em entrevista para a coluna “De Olho no Poder”, ontem (29).
Da Vitória disse que tinha realmente a intenção de disputar o Senado e que chegou a fazer pesquisas qualitativas que, segundo ele, lhe eram favoráveis. Mas disse que decidiu abdicar em nome da “estabilidade política” e para ajudar o governador no projeto da reeleição.
“Hoje eu me sinto na responsabilidade de manter a estabilidade política. Todo mundo sabe que sou parceiro de Casagrande. O PP dialogou muito com o governador e isso me fez tomar a decisão de, com muita serenidade, não pensar somente no nosso projeto. O PP poderia até lançar nome a governador se quisesse, porque outros partidos que não se organizaram, lançaram. Mas passa além da vontade de um líder político e também de um partido, trata-se de um movimento coletivo e a reeleição de Casagrande, pra gente, é o principal projeto”, explicou.
Da Vitória disse estar seguro de que ocorrerá uma eleição pacífica e que o governador será reeleito, com muitas chances de ser, segundo ele, no primeiro turno. Justifica que muito por conta das movimentações dessa semana. Questionado sobre quem apoiaria ao Senado, Da Vitória desconversou, disse que sua posição será avaliada, junto com seu partido, e que a prioridade agora é a reeleição de Casagrande.
PP pode apoiar Erick Musso ao Senado?
O deputado não confirma, mas nos bastidores, os burburinhos são de que Da Vitória teria contribuído no recuo de Erick Musso (Republicanos) da disputa ao governo e sua ida para a corrida ao Senado. E, ainda, que poderia agora apoiar a pré-candidatura de Erick.
Desde o ano passado, o coordenador da bancada federal capixaba estaria tentando aproximar Erick do governo Casagrande. A intenção de Da Vitória seria de ter o presidente da Assembleia, junto com o Republicanos, na base aliada do governador para que Erick fosse escolhido para ser o vice na chapa de Casagrande à reeleição.
Mas o projeto teria desandado quando Erick, e principalmente o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini, começaram a pesar a mão nas críticas contra o governador. O clima para tentar uma união entre PSB e Republicanos teria, então, acabado.
Porém, segundo interlocutores do PP, Da Vitória teria ajudado a convencer Erick a desistir da candidatura própria ao governo e tentar o Senado, citando a falta de viabilidade na corrida ao Palácio Anchieta e o mau momento de Meneguelli com a cúpula nacional do Republicanos. A candidatura de Erick, porém, teria de ser avulsa, sem coligar com outros pré-candidatos, e ter uma campanha propositiva, focada no Senado, sem ataques a Casagrande.
E o que Erick receberia em troca? O apoio, ainda que informal, de boa parte do PP e de outras lideranças de partidos aliados que hoje não estão sintonizados com a pré-candidatura à reeleição da senadora Rose de Freitas (MDB) – a candidata da chapa do governo.
Nessa construção, Erick seria beneficiado com mais apoios, o que tornaria sua candidatura competitiva. E Casagrande também seria favorecido, já que o tempo de TV do Republicanos destinado à candidatura ao governo será congelado, ou seja, é menos tempo de exposição para a oposição.
Numa reflexão mais ampla, o próprio Da Vitória também seria beneficiado, uma vez que – confirmada sua atuação nessa negociação – poderia usar sua suposta influência, na “baixa” de Erick, a seu favor, para ser liberado a apoiar quem quiser ao Senado. Já que não é segredo para ninguém que o santo dele e o de Rose não batem.
Nessa semana, durante a cerimônia de posse da diretoria do ES em Ação, Da Vitória sinalizou à coluna que poderia apoiar o coronel Alexandre Ramalho (Podemos) ao Senado se ele se viabilizasse. Mas, com a entrada de Erick no pleito, tudo indica que o cenário agora é outro. A conferir.
Fonte: Folha Vitória
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