Direitos de pessoas com deficiência em pauta
A Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla, que acontece anualmente no período de 21 a 28 de agosto, motivou reflexões no plenário sobre a necessidade de mais empenho do poder público para que os direitos desse segmento social saiam do papel.
Na sessão ordinária desta terça (23), o presidente da Comissão de Saúde, deputado Doutor Hércules (Patri) afirmou que o evento é uma oportunidade de envolver a sociedade numa discussão que possa dar visibilidade sobre as barreiras sociais enfrentadas por pessoas com síndrome de Down, autismo e outros tipos de transtornos.
O parlamentar citou ainda que a semana tem o objetivo de conscientizar a população sobre a importância de se combater toda forma de preconceito e discriminação contra pessoas que apresentam deficiência intelectual.
Doutor Hércules e o deputado Sergio Majeski (PSDB) destacaram a relevância das atividades desempenhadas pelas Associações dos Pais e Amigos dos Excepcionais (Apaes) e das entidades Pestalozzi no apoio e acolhimento de quem tem deficiência intelectual e múltipla (quando ocorrem duas ou mais deficiências simultaneamente – sejam intelectuais, físicas ou ambas combinadas).
Parceria
Doutor Hércules citou que exerce o seu mandato realizando diversas ações em parceria não só com as Apaes e Pestalozzi, mas também com o Instituto dos Cegos de Vila Velha e a entidade Vitória Down.
“Juntos temos buscado apoio do poder público e da iniciativa privada no sentido de buscar mais inclusão social diante da grande lacuna que ainda temos para que os direitos dessas pessoas sejam realmente atendidos”, afirmou.
Lei e realidade
Majeski disse que no âmbito das escolas públicas capixabas os direitos das pessoas com deficiência são quase uma ficção, haja vista que na maioria das unidades de ensino não há rampas de acesso para cadeirantes, piso tátil, sinais sonoros e computadores e outras tecnologias acessíveis para o aprendizado em caráter especial.
“Já evoluímos em termos de legislação, temos o Estatuto da Pessoa com Deficiência, a lei que obriga as escolas a matricularem alunos com quaisquer tipos de deficiência, mas na prática não há infraestrutura que garanta a acessibilidade, a aprendizagem e a socialização dos alunos que têm deficiências”, relatou.
O deputado considerou que as escolas ainda não estão preparadas para lidar com a questão, pois em uma mesma sala ficam reunidos estudantes com os mais variados tipos de deficiências.
E acrescentou que nenhum professor é capaz de auxiliar estudantes que apresentam as mais diversas deficiências, pois a capacitação precisa ser diferenciada para cada caso.
Finalizando, Sergio Majeski citou também que as salas especiais para o atendimento dos alunos com deficiência são muito pequenas, geralmente instaladas em sobras de espaço em corredores de escolas, e não dispõem de tecnologias capazes de ajudar os professores a ministrar as aulas.
Dom Luiz Vilela
Durante a sessão houve minuto de silêncio em memória a Dom Luiz Mancilha Vilela, arcebispo emérito de Vitória, falecido aos 80 anos nesta terça (23).
Os deputados Bruno Lamas (PSB), Sergio Majeski e Doutor Hércules destacaram a importância do legado do religioso na história da Igreja Católica no Espírito Santo.
Majeski pontuou que Dom Luiz Vilela foi nomeado bispo de Cachoeiro de Itapemirim na década de 1990; no começo dos anos 2000 assumiu a Arquidiocese de Vitória, cargo no qual permaneceu até a posse do novo arcebispo, Dom Dario Campos, nomeado para a função em novembro de 2018.
Dom Luiz, que era diabético, foi internado no dia 23 de julho em um hospital particular da capital para tratar complicações no fígado.
Fonte: Alles
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