Ales prorroga campanha para arrecadar donativos

Ales prorroga campanha para arrecadar donativos

A Assembleia Legislativa (Ales) está realizando uma campanha de arrecadação de diversos itens que serão destinados às pessoas impactadas pelas chuvas, como alimentos não perecíveis, água mineral, artigos de higiene pessoal e de limpeza e roupas. A data final para entrega dos donativos era até esta sexta-feira (14), mas foi prorrogada para sexta da próxima semana (21).

As doações podem ser entregues no térreo da Ales, das 7 às 18 horas. Mas quem tiver um item maior para doação, como um colchão ou um móvel, por exemplo, e não tiver como trazê-lo ao prédio da Assembleia, pode entrar em contato pelo telefone (27 3382-3500) para que a equipe da Ales faça a retirada.

Foi o que fez a aposentada Elizete Pires Matos, moradora do bairro Santo Antônio, em Vitória. Ela fez a doação de um colchão de casal e os servidores do Legislativo estadual realizaram a retirada do item. “O colchão não está muito novo, mas para quem não tem nenhum, vai quebrar um galho”, disse.

Outras pessoas também fizeram doação de colchões. A artesã Nilda Bernardo, que reside em Jardim Camburi, na capital, cedeu um colchão de solteiro. “A motivação de doar é saber que alguém está precisando de algo que está sobrando na minha casa. Eu me senti motivada a doar e incentivei outras pessoas também a fazer doações. Porque é uma situação que realmente exige bastante empenho de todos”, comentou.

A moradora de Vitória incentivou as pessoas a continuarem doando: “Bom seria que todos ajudassem. É uma situação que nossos irmãos em todos os lugares estão passando, então precisamos ajudar. É uma coisa que tem que ser normal: cada um de nós ajudar o próximo. Quem tiver, que possa também ter esse mesmo ato de solidariedade”, conclamou.

Solidariedade

Residente na Praia da Costa, em Vila Velha, o servidor público federal Leonir Bonatti doou um colchão, roupas e outros itens que não usava mais. “Às vezes, a gente tem muitas coisas dentro de casa que passam seis, oito meses que a gente não usa. Se passaram oito meses que você não usa um colchão, um utensílio, é sinal de que você não vai precisar mais dele”, comentou.

O morador de Vila Velha ficou tocado com a situação das pessoas atingidas pelas chuvas: “Você vendo seu semelhante em uma situação difícil e você está com sobejo dentro da sua casa e outra em necessidade. Seria muito difícil você guardar isso em casa, sendo que o seu semelhante está passando por necessidade, dependendo muitas vezes daquilo. Fico olhando as enchentes, olhando as pessoas sendo levadas para abrigos, as crianças emboladas uma sobre a outra, é muito difícil”, comentou.

Ele também destacou que é preciso impedir as construções de residências em locais de risco: “O poder público podia também ajudar nisso. Dentro de um bairro que está sendo iniciado e em uma área de risco, que as prefeituras arrumem outro lugar para as pessoas morarem e que elas não vão morar nessas encostas, não vão morar nesses lugares que alagam. Então, não permita o início de um bairro na margem de um rio. Tem que tomar providência desde o início”, opinou.

Cheia do Rio Doce

Nesta quinta-feira (13), o Rio Doce atingiu 5,8 metros, o maior índice desde dezembro de 2013. Famílias dos bairros afetados, principalmente em Linhares, foram encaminhadas para abrigos, casas de parentes e amigos. A Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil emitiu nesta quinta alerta de risco hidrológico para Linhares, Colatina e Baixo Guandu.

No sul do estado, as chuvas que atingiram a região no final de 2021 e início deste ano deixaram cerca de 2 mil pessoas desalojadas ou desabrigadas, em municípios como São José do Calçado, Castelo, Bom Jesus do Norte, Afonso Cláudio, Alegre, Muqui, Mimoso do Sul e Apiacá.

Doações

As doações recolhidas pela Assembleia Legislativa serão encaminhadas para os municípios afetados pelas chuvas via prefeituras e Centros de Referência da Assistência Social (Cras). A Ales levará em conta os seguintes critérios para priorizar a ajuda: o número de pessoas atingidas (desalojadas/desabrigadas) e a arrecadação financeira de cada município.

 

Reprodução Ales