Ales terá polarização e forte oposição ao governo Casagrande, diz Marcelo Santos
Para o deputado Marcelo Santos (Podemos), hoje vice-presidente da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales), o atual governador do Estado, Renato Casagrande (PSB), reeleito para o cargo no útimo dia 30, não terá vida fácil no que se refere à forte atmosfera de oposição que o socialista deverá enfrentar a partir do ano que vem, quando começa a nova legislatura na Ales.
Durante um encontro com jornalistas nesta quarta-feira (16), em Vitória, Marcelo chegou até mesmo a afirmar que, com base no quadro de novos deputados eleitos no pleito deste ano – a renovação no Legislativo capixaba foi de mais de 50% -, “teremos uma Câmara de Vitória na Assembleia”, em referência ao clima de animosidade presente no Legislativo da Capital atualmente.
“Vai ter, sim, oposição. Traduzindo em miúdos, vamos ter uma Câmara de Vitória na Assembleia, por conta da nova polarização, desses embates que teremos lá”, disse.
Em seguida, Marcelo foi questionado se ele, por conta de sua atuação como articulista do governo em momentos cruciais, bem como o fato de ser apontado como um “bombeiro” eficaz quando a temperatura entre Executivo e Legislativo se eleva, seria visto como o candidato de Casagrande para presidir a Ales no biênio 2023/2024, especialmente diante do cenário de embate que o próprio parlamentar fez questão de antecipar.
Ao responder, o deputado, mesmo não dando detalhes, revelou ter havido um diálogo com Casagrande nesse sentido, logo após a reeleição do socialista.
“Na verdade, a conversa de presidente que o governador tocou comigo, foi justamente por isso. Mas ele não me pediu e nem falou nada. A única coisa que ele disse foi: ‘Marcelo, me ajuda a dialogar com a turma, com relação a ter uma Assembleia coesa e, a partir de janeiro, a gente começar a desenhar essa questão de Mesa Diretora'”, afirmou o parlamentar.
Ainda segundo Marcelo, Casagrande teria indagado se ele era declaradamente candidato ao posto de presidente da Ales, ao que o deputado teria respondido negativamente, ressaltando que só entraria na disputa pelo comando da Casa em caso de um consenso em torno de seu nome.
“Ele (Casagrande) acredita que tem que ter alguém que tenha experiência e pulso para segurar, o que não quer dizer que seja eu”, pontuou.
No mesmo encontro, Marcelo afirmou que o mandato para o qual foi reeleito em outubro será o seu último como deputado estadual, uma vez que ele pretende disputar uma cadeira na Câmara dos Deputados em 2026.
Ao ser indagado se o anúncio de que não disputará nova eleição para deputado estadual seria uma forma de sinalizar aos seus companheiros de Assembleia que ele não visa se perpetuar no cargo de presidente da Mesa, tornando, assim, o seu nome mais viável na disputa, Marcelo disse não ser o caso.
O parlamentar disse que o anúncio feito prematuramente cumpre a função de apontar para seus correligionários e companheiros de trajetória política que são deputados federais ou que pretendem disputar o cargo futuramente, que ele também estará no páreo.
“Preferi antecipar isso, mostrando que vou disputar o mesmo espaço, para que não haja um conflito lá frente, por mais que isso possa gerar impacto no plenário da Assembleia”, concluiu.
Fonte: Folha Vitória
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