Atendimento a paciente bariátrico em pauta

Atendimento a paciente bariátrico em pauta

Comissão de Saúde defende ampliar período para acompanhamento ambulatorial no hospital em que o paciente fez a cirurgia

As cirurgias bariátricas e o atendimento dos pacientes após o procedimento pelo SUS foram discutidos na reunião da Comissão de Saúde nesta terça-feira (27). O colegiado defendeu que seja estendido o prazo de 18 meses assegurado em portaria estadual para que o paciente conte com acompanhamento ambulatorial no hospital em que realizou a cirurgia.

“Após esse prazo os pacientes passam a ser atendidos nas unidades de saúde estaduais e municipais, que não estão capacitadas para prestar um bom pós-operatório”, opinou o presidente do colegiado, Dr. Bruno Resende (União).

Para o deputado Zé Preto (PL), o prazo atual é muito curto e os pacientes, encaminhados depois para unidades de saúde, podem desenvolver outros problemas decorrentes da intervenção. “A Comissão de Saúde vai dialogar com a Secretaria Estadual de Saúde e propor a ampliação desse prazo”, disse Zé Preto. Participou também da reunião o vice-presidente da comissão, deputado Pablo Muribeca.

A discussão foi motivada pela presença, na reunião, do médico José Tarcísio Barroso Zovico, chefe da equipe de cirurgia bariátrica do Hospital Evangélico de Vila Velha. Ele falou sobre a importância do procedimento e da conscientização dos pacientes, já que obesidade é doença grave, conforme destacou. Zovico foi convidado pelo deputado Hudson Leal (Republicanos), que também é médico e membro efetivo da comissão.

Alerta

Zovico, que atua há quase 25 anos na cirurgia bariátrica, alertou que o prazo de 18 meses para acompanhamento ambulatorial no hospital pode ser prejudicial à recuperação do paciente, que pode desenvolver outras enfermidades, sobretudo depressão e alcoolismo.

Ele pontuou que a cirurgia plástica reparadora nesses pacientes não é estética, e sim “questão de dignidade”. Zovico disse que, no Hospital Evangélico, o serviço bariátrico funciona desde 2000, com três cirurgiões titulares, todos com área de atuação no procedimento. A equipe multidisciplinar conta com uma enfermeira exclusiva, dois nutrólogos, endocrinologista exclusiva, pneumologista, assistente social, psicóloga, nutricionista e fisioterapeuta.

Programa

O Hospital Evangélico tem média de 800 atendimentos ambulatoriais SUS/mês, conforme contratualizado junto à Secretaria Estadual de Saúde, além de 30 cirurgias bariátricas/mês.

O programa do serviço de cirurgia bariátrica tem gestão integrada ao sistema MV (conjunto de soluções para otimizar o fluxo de dados e integrar processos hospitalares) e ao MVPEP (Prontuário Eletrônico do Paciente). Isso possibilita consultas de informações de forma simplificada, identificando pacientes que estão há mais de 30 dias sem consulta com a equipe multidisciplinar no pré-operatório.

Também é possível saber quanto tempo o paciente está no programa, se ainda não operou ou se já terminou o período de atendimento ambulatorial do pós-operatório. Além disso, registra o número de cirurgias realizadas, os eventos adversos ocorridos e os quantitativos de pacientes em realização de exames pré-operatórios e daqueles que atingiram ou não as metas de perda de peso pré-operatória.

O hospital atende muitos pacientes do norte e noroeste do Estado (Pedro Canário, Vila Valério, Nova Venécia, Guarapari, Muniz Freire, Montanha, Ibiraçu, Ibatiba, Conceição do Castelo, Conceição da Barra, Domingos Martins, Marataízes, Pancas e Colatina).

Ordem do Dia

O colegiado ainda aprovou, durante a reunião, três projetos:

  • PL 570/2023, da deputada Janete de Sá, institui a Política Estadual de Prevenção e Combate à Esporotricose;
  • PL 176/2023, do deputado Denninho Silva, estabelece prioridade para a tramitação de processos onde o interessado é pessoa
  • com doença rara no âmbito do Estado do Espírito Santo;
  • PL 147/2023 (tramita apensado o PL 599/2023), da deputada Janete de Sá, dispõe sobre o ingresso de animais domésticos e de estimação nos estabelecimentos de saúde públicos, privados, clínicas da família, ambientes terapêuticos e de tratamento, asilos e dá outras providências.