Centro-direita embaralha jogo e cria nova aliança com ‘superbloco’ na Câmara
A formação de um superbloco de centro-direita com cinco partidos e 142 deputados na Câmara dos Deputados, a primeira frente formalizada até agora na Casa, está gerando incertezas sobre o tamanho da base governista e sua capacidade de aprovar medidas importantes, como a reforma tributária e o novo arcabouço fiscal. A nova frente inclui MDB, PSD, Republicanos, Podemos e PSC, e já é maior do que o bloco de partidos de esquerda que apoiou Lula na campanha. Embora tenha uma inclinação governista, o blocão pode colaborar com o presidente da Câmara, Arthur Lira, dependendo do caso, e terá mais influência nas votações.
O governo está acompanhando com atenção as movimentações na Câmara e dialogando com os líderes da nova aliança, mas terá que negociar com o bloco. A nova frente tem uma tendência a ajudar o governo, mas o MDB lançou recentemente uma carta-compromisso dizendo que a sua atuação no Legislativo será propositiva, mas crítica. O líder do bloco, Fábio Macedo, sinaliza boa vontade para votar projetos importantes de Lula que estão na Casa, mas também deixa a porta aberta para que parlamentares possam ir para a oposição.
A nova composição surpreendeu porque se apresentou com partidos que têm cargos no governo, como MDB e PSD, e outros longe da influência de Lula, como o Republicanos, que apoiou Bolsonaro na eleição e sempre comungou da cartilha do Centrão chefiado por Lira.
A incerteza sobre o tamanho real da tropa governista e a influência de cada líder no Congresso será resolvida nas votações importantes das MPs e dos projetos que vão tratar da âncora fiscal e da reforma tributária. O Legislativo, em abril, ainda não apreciou um único projeto de Lula. O cenário de incerteza predominante é agravado pela falta de clareza sobre quem é oposição.
Fonte: OpniãoES.
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