Conselho consultivo vai atuar contra mudanças climáticas

Conselho consultivo vai atuar contra mudanças climáticas

Anúncio foi feito nesta quinta (23) durante o lançamento da Frente Parlamentar da Ales para Análises e Proposições sobre a Mudança Climática

Um conselho consultivo com atores do governo e entidades ligadas a questões relacionadas às mudanças climáticas deverá ser constituído para auxiliar na elaboração de uma legislação que garanta a mitigação de emissão de carbono no Estado. O anúncio foi feito pelo deputado Mazinho dos Anjos (PSDB), nesta quinta-feira (23), durante o lançamento da Frente Parlamentar para Análises e Proposições sobre a Mudança Climática da Assembleia Legislativa (Ales), que contou com a presença de gestores públicos, empresários e sociedade civil.

O parlamentar ainda disse que os impactos das mudanças climáticas precisam ser tratados como prioridade. “Estamos vivendo um aumento global da temperatura e precisamos encontrar saídas. O conselho consultivo vai buscar fazer esses debates na Assembleia Legislativa para melhorar o cenário de emissão de gás carbônico aqui no Espírito Santo”, observou Mazinho.

O lançamento da frente, realizado no auditório do Sebrae, em Vitória, contou com palestras sobre os impactos climáticos para a economia e a manutenção dos negócios. Um dos palestrantes, o especialista em transição energética Winston Fritsch explicou como a dependência atual de matriz energética com base em fósseis é responsável por grande parte da emissão de carbono na atmosfera.

O economista acrescentou que o grande desafio é possibilitar uma transição energética para fontes de energia limpas, como eólica e solar. “A solução é mudar a estrutura produtiva da economia. É necessário investimento e incentivo para a inovação, com alocação de capitais de diferentes origens na transição para uma economia de baixo carbono”, apontou Fritsch.

A necessidade de medição de carbono pelas empresas, além da mitigação das emissões, foi reforçada por Guilherme Barbosa, fundador de uma startup capixaba do clima. O especialista explicou a relação direta entre a queima de combustíveis fósseis com o aumento de concentração de gases de efeito estufa na atmosfera e elevação da temperatura no planeta. Destacou também que as evidências científicas deixam claros os riscos trazidos pelo aquecimento global.

“Temos um problema sério. Estamos em um processo de colapso climático, e se não fizermos nada, a situação do aquecimento global vai piorar cada vez mais”, alertou Barbosa. O empreendedor ainda ressaltou como o cenário é um risco às atividades econômicas, e que as empresas e indústrias precisam se engajar na redução de emissões de gases de efeito estufa, garantindo negócios competitivos e resilientes aos novos desafios ambientais.

Poder público

O secretário de Estado do Meio Ambiente, Felipe Rigoni, reforçou que as mudanças climáticas provocadas pela poluição e aquecimento global são uma realidade inegável. “Precisamos fazer o enfrentamento. E para isso temos dois grandes eixos: a descarbonização do ar e, no segundo eixo, a prevenção e adaptação. O governo tem atuado bastante nesse sentido e estamos cada vez mais preparados para atuar frente os impactos”, afirmou o gestor.

Rigoni informou que o plano de descarbonização do governo estadual, com ações direcionadas à redução de emissões de carbono na atmosfera, está em fase de conclusão e deve ser divulgado em março de 2024.

Atribuições

A Frente Parlamentar para Análises e Proposições sobre a Mudança Climática foi criada em março de 2023 com o objetivo de debater e fomentar na Ales ações e iniciativas que visam contribuir com o desenvolvimento de políticas públicas de mitigação de riscos e de adaptação socioeconômica, necessárias à transição da nossa sociedade para o desenvolvimento de uma economia de baixo carbono, estabelecendo mecanismos eficientes para enfrentar seus impactos sobre a sociedade capixaba.