Defensor dos Oceanos: Professor Destaca a Crucial Preservação da Vida Marinha
A degradação das águas marinhas e a potencialidade desses recursos naturais para geração de energia limpa, produção de alimentos e equilíbrio térmico do planeta foram temas destacados
A preservação da vida marinha foi o tema de mais uma palestra do Projeto “Conexões Sustentáveis”, iniciativa da Escola do Legislativo para debater os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), estabelecidos pela ONU. O diretor da escola, Sergio Majeski, explanou sobre o ODS 14 (Vida na água), destacando o papel dos mares e oceanos na natureza.
Segundo Majeski, eles são os principais equilibradores térmicos do planeta e um dos maiores produtores de oxigênio da natureza. Os oceanos são capazes de absorver 90% do calor do planeta e recolher 30% do dióxido de carbono. “Grande parte das chuvas que caem sobre os continentes são formadas sobre os oceanos”, ressaltou o professor de Geografia.
De acordo com o palestrante, é preciso olhar com atenção para os mares e oceanos, uma vez que suas águas cobrem mais de 70% da superfície da terra. “Muito se fala em preservar florestas, economizar água… mas pouco se fala em preservação da vida marinha. Isso é fundamental. Guilherme Arantes já cantava, lá nos anos 70, ‘Terra… Planeta Água’”, citou.
Conforme destacou, a biodiversidade marinha é riquíssima e equivalente à de ecossistemas terrestres, ou até maior que esses. Para Majeski, mares e oceanos podem ser grande fonte de alimentos para o mundo, seja investindo e profissionalizando a atividade pesqueira, seja com a produção de peixes e frutos do mar em cativeiros.
Podem, ainda, ser fonte de energia por meio da maremotriz – força obtida do movimento das correntes marítimas, das altas e das baixas das marés.
Poluição
Apesar de tamanha relevância, as águas marinhas estão cada vez mais poluídas e degradadas, segundo lembrou o diretor da Ales. A pesca excessiva está ameaçando a estabilidade dos estoques de peixes e a poluição por fertilizantes está contribuindo para a criação de zonas mortas. “Quase 80% das águas residuais do mundo são descarregadas sem tratamento. Quando falamos em preservação de oceanos, estamos falando de saneamento básico”, afirmou Majeski.
Vale ressaltar que a maior parte do lixo e dos poluentes encontrados em mares e oceanos é trazida pelos rios. Dessa forma, a poluição das águas fluviais impacta diretamente a poluição das águas marinhas.
De acordo com dados apresentados por Majeski, o Brasil está entre os 20 países que mais contribuem para a poluição dos oceanos. “É um país populoso, com extensa faixa marítima (…)”, analisou. Essas características contribuem para a posição brasileira no ranking.
Pesca
Há bem pouco tempo, no país, apenas 1,5% de áreas marinhas estava protegido, e cerca de 80% de seu estoque pesqueiro permanecem ameaçados. “O Brasil não investe o que deveria investir e ainda cuida mal de seus oceanos (…). A fiscalização é incipiente”, considerou o professor.
Para Majeski, há um atraso na indústria pesqueira do país e a atividade continua sendo um assunto não tratado. Na visão do professor, o Espírito Santo também precisa investir na pesca, além de explorar mares e oceanos para lazer e turismo.
Unesco e ONU (ODS-14)
A Unesco declarou o período 2021 -2030 como a década do oceano no Brasil. “Isso está em total consonância com o ODS-14, que fala sobre a vida marinha”, explicou Majeski. Assim sendo, faz-necessário atingir algumas metas:
- priorizar a conservação e uso de forma sustentável dos oceanos, dos mares e dos recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável, combatendo a pesca excessiva, destrutiva, descontrolada e muitas vezes ilegal;
- prevenir e reduzir, de forma significativa, a poluição marinha de todos os tipos, especialmente de origem de atividades terrestres, incluindo detritos marinhos e a poluição por nutrientes;
- implementar políticas para uso sustentável dos recursos marinhos, inclusive por meio de uma gestão sustentável da pesca, aquicultura e turismo.
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