Destaque para Direitos Sociais e Celebração dos 40 Anos da CUT em Sessão Especial na Ales
Os 40 anos da Central Única dos Trabalhadores (CUT) deram a tônica da sessão especial proposta pelo deputado João Coser (PT) para debater os direitos sociais e a organização dos trabalhadores em centrais sindicais. Fundada em 28 de agosto de 1983, a CUT teve Coser como seu primeiro presidente na direção do Espírito Santo (CUT-ES).
“As nossas lutas das centrais sindicais, dos sindicatos, são feitas por pessoas, elas não caem do céu. Nós tínhamos uma ditadura militar, um governo militar, nós estávamos saindo dele e idealizamos, além de um partido político, o Partido dos Trabalhadores (PT), nós idealizamos a construção de uma central sindical”, contextualizou o parlamentar a respeito da época da fundação.
“Por que isso? Porque nós precisávamos fazer as lutas que eram importantes para todos os trabalhadores e o modelo tradicional, que veio construído no Brasil por Getúlio Vargas era vertical. Cada um lutava individualmente, não tinha o horizontal, mas as nossas causas e as grandes lutas eram todas, ou em quase toda sua maioria, coletivas”, pontuou.
A deputada Iriny Lopes (PT) também rememorou a criação da CUT. “Nós viemos de uma experiência, de fim da ditadura militar e retomada da democracia, e o movimento sindical cumpriu um papel fundamental nesse processo de redemocratização do país. Pra nós, a construção de uma central dos movimentos sindicais no país era uma questão essencial para que um projeto democrático, efetivamente, pudesse se desenvolver no Brasil”, lembrou Iriny.
Direito das mulheres
Citando a licença maternidade remunerada, a vereadora de Vitória, Karla Coser (PT) aproveitou a sua fala para lembrar as conquistas das mulheres ao longo das lutas por direitos travadas pelas centrais sindicais. A petista também falou da importância da participação da mulher em cargos de direção. “A gente tem mulheres fortes e potentes, e o reflexo disso para a sociedade são direitos”, disse.
“A gente sabe que o machismo está enraizado em todos os espaços, dentro dos nossos partidos, dentro das nossas instituições. Mas, a partir da paridade de gênero, que é uma obrigação da CUT, por exemplo, nós temos mulheres ocupando diversos espaços de direção”, complementou.
A presidente da CUT-ES, Clemilde Cortes Pereira, também abordou o tema. “Nós mulheres, no movimento sindical, ou em qualquer função que a gente ocupe, a gente enfrenta o machismo, a misoginia, os assédios, de todas as formas. (…) A gente precisa manter a nossa unidade, buscar a unidade sempre, porque pra gente nada vem de graça. Para os trabalhadores e para as trabalhadoras, nada nunca foi fácil”, opinou.
O secretário de Estado de Esporte, ex-deputado estadual e ex-presidente da CUT–ES, José Carlos Nunes (PT), participou da sessão e falou sobre perdas e reconquistas de direitos da classe trabalhadora.
“Passados 40 anos talvez a gente tenha muitos motivos para comemorar, é verdade. Muitos direitos foram conquistados por diversas categorias. Mas é importante dizer que nos últimos quatro anos nós tivemos perdas importantes. Mas eu tenho certeza que vamos reconquistar todos esses direitos que foram retirados dos trabalhadores”, afirmou.
Imposto sindical
Nunes também fez uma defesa da volta do imposto sindical, que foi instinto durante a reforma trabalhista implementada em 2017, durante a presidência de Michel Temer no País. “Está sendo travada uma discussão sobre o imposto sindical, que não é bem um imposto sindical, é importante dizer isso. O que a gente está querendo propor é algo que a gente já vem defendendo a um bom tempo, que esteja garantida na convenção coletiva a taxa negocial”, argumentou.
“É momento de reflexão junto aos trabalhadores, no momento que os trabalhadores estiverem discutindo reajuste salarial, direitos para garantir uma melhor qualidade de trabalho, é nesse momento que se discute essa taxa negocial. É aí que nós vamos poder fazer com que os nossos sindicatos possam ter força, não só junto aos patrões, mas também junto aos governos”, concluiu Nunes.
O secretário Nacional de Administração e Finanças da CUT, Ariovaldo Camargo, defende o argumento. “A CUT nasceu há 40 anos dizendo que não queria a existência daquele instrumento. Mas ao terminar com o imposto sindical, sem colocar uma alternativa para que os trabalhadores pudessem decidir como financiar as suas lutas, colocou por esses seis anos, praticamente, uma dificuldade muito grande de existência por parte de nossos sindicatos”, lamentou.
Além da presidente da central, participaram da sessão especial outros dez ex-presidentes da entidade, além de outras lideranças sindicais capixabas.
Fonte: Ales
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