Drones na Agricultura: Uma tecnologia que gera debate e opiniões divergentes

Drones na Agricultura: Uma tecnologia que gera debate e opiniões divergentes

O Espírito Santo ocupa atualmente o segundo lugar no Ranking Nacional de Operadores de Drones Agrícolas. O levantamento feito pelo Ministério da Agricultura aponta que o estado de São Paulo tem mais operadores cadastrados – são 36, enquanto há 28 no Espírito Santo. O deputado Coronel Weliton (PTB) se posicionou contra a proibição de uso do recurso pelos agricultores capixabas, em pronunciamento durante a sessão ordinária desta quarta-feira (18).

“Eu gostaria de me manifestar publicamente contrário à proibição do uso de drone na pulverização aérea no Espírito Santo. Nós sabemos que as pulverizações aéreas de inseticidas, de adubo foliar, geram economia de tempo, de recurso, além de padronização no serviço dentro da área marcada”, argumentou o parlamentar.

Proposição

A manifestação de Coronel Weliton é uma referência ao Projeto de Lei (PL) 828/2023, apresentado em conjunto pelas deputadas Camila Valadão (Psol) e Iriny Lopes (PT). A proposta tem como objetivo a proibição da aplicação aérea de agrotóxicos no Espírito Santo e abrange a “dispersão, aspersão e pulverização por meio de aeronave ou por meio afim, tripulada ou não tripulada, inclusive por meio de drone.”

A preocupação das deputadas é com a saúde dos trabalhadores rurais e com as comunidades vizinhas. “Tal método de aplicação é responsável por despejar grandes quantidades de veneno nas lavouras e contaminar o solo e os corpos d’água, bem como as pessoas que vierem a ser alcançadas pela chuva decorrente dessas águas, acarretando graves problemas de saúde”, argumentam as autoras na justificativa do projeto.

“São verdadeiros coquetéis de veneno lançados no ar a uma velocidade entre 120 km/h e 250 km/h, podendo atingir áreas superiores a 10 km de distância de onde foi lançado. É, portanto, inconciliável com a coexistência harmônica a cultivos orgânicos e agroecológicos de alimentos, com isso, a prática inviabiliza sistemas alimentares saudáveis e sustentáveis”, concluem.

Contraponto

Já o Coronel Weliton tem um olhar diferente sobre a utilização da tecnologia. “É um serviço essencial para dar produtividade à agricultura capixaba, especialmente à cafeicultura. Nós sabemos que a bomba costal, na qual em média cabem 20 litros de água, é um recurso utilizado há vários anos”, explicou.

“As lavouras capixabas geralmente são plantadas em áreas de relevo acidentado, e nós temos como certo que a pulverização aérea feita com o drone, a tecnologia, veio para facilitar e gerar produtividade nas áreas plantadas, não só em quantidade de sacas, mas em qualidade também”, complementou o parlamentar.

O deputado defende a utilização do recurso em âmbito nacional. “Então quero manifestar aqui minha defesa na pulverização aérea, sendo utilizados drones, não só no Espírito Santo, mas no Brasil. Nós entendemos que esse recurso tecnológico vem na direção do fortalecimento da agricultura”, posicionou-se.

A economia de tempo é outro ponto levado em conta pelo parlamentar. “O servidor, que é o parceiro agrícola, o tempo que ele gasta na pulverização aérea de forma manual, ele vai investir em outros manejos da lavoura, gerando economia, gerando produtividade e qualidade de vida para o agricultor rural”, finalizou.

Regulamentação

Para ser um operador de drone agrícola no Brasil hoje é necessário primeiramente fazer um curso em alguma entidade registrada no Ministério da Agricultura. Após a aprovação no curso, o operador deverá fazer um registro no órgão. Para ter acesso a esse registro, o postulante deverá ser o responsável técnico, encarregado pela coordenação das atividades específicas de sua área de atuação.

Tramitação na Ales

O PL 828/2023 foi lido em plenário no dia 9 de outubro e tramitará pelas comissões de Justiça, Saúde, Meio Ambiente, Agricultura e Finanças antes de ser avaliado pelos deputados.

Acompanhe a tramitação do PL 828/2023

Fonte: Ales