Eleições 2022: vice-prefeita de Vitória é cotada para ser a candidata a vice de Guerino
A vice-prefeita de Vitória, Capitã Estéfane da Silva Franca Ferreira (Patriota), é um dos principais nomes cotados para ser a candidata a vice-governadora de Guerino Zanon (PSD).
Pelo prazo legal, o ex-prefeito de Linhares tem até a próxima segunda-feira (15) para definir seu companheiro ou companheira de chapa e pedir o registro das candidaturas ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE).
Guerino está conduzindo pessoalmente todas as articulações políticas de sua campanha, e até a sua equipe de assessores tem escassas informações sobre o saldo de suas muitas reuniões. A coluna apurou, entretanto, que o nome da vice-prefeita de Lorenzo Pazolini (Republicanos) agrada ao ex-prefeito de Linhares, pois ela representaria um “complemento” interessante para ele em uma série de aspectos.
Assim como Guerino, Estéfane tem perfil de centro-direita, mas as semelhanças acabam aí.
Para começo de análise, a capitã da Polícia Militar “rejuvenesce” a chapa. Com 31 anos, tem menos da metade da idade de Guerino, que, aos 66, já carrega seus netos.
Além disso, ele é católico, ao passo que ela é evangélica. Enquanto ele é do interior, ela é da Grande Vitória. Ele é branco; ela, negra. E, obviamente, há a questão de gênero: seria uma forma de atrair o voto feminino, incluindo uma mulher na chapa.
A princípio, Estéfane é pré-candidata a deputada federal pelo Patriota, partido ao qual se filiou após ter sido eleita com Pazolini pelo Republicanos, em 2020.
A esta altura, assim como o Partido Social Cristão (PSC), o Patriota é uma das pouquíssimas siglas com o passe ainda livre no mercado eleitoral do Estado. E Guerino procura atraí-la para sua coligação, até o momento modesta: além do PSD, ele só tem as adesões dos pequenos DC e PMB.
Na sua convenção estadual, o Patriota deixou completamente em aberto suas decisões sobre alianças e coligação majoritária, que podem ser tomadas pela Executiva Estadual até o próximo dia 15. O presidente estadual do Patriota é o deputado estadual Rafael Favatto.
Há, contudo, um fator que pode ser um grande complicador para a concretização dessa dobradinha de Guerino com Estéfane: como dito acima, o Patriota conta com ela, a priori, na chapa de deputados federais. Se ela for transferida para a chapa majoritária de Guerino, o Patriota em tese poderá eleger a próxima vice-governadora capixaba, mas, de imediato, ficará com a chapa de federais desfalcada e enfraquecida.
O próprio Favatto será candidato a deputado federal. E, mesmo com Estéfane na chapa, os especuladores políticos do Estado em geral acreditam que o Patriota elegerá no máximo um federal no Espírito Santo (isso se conseguir fazer um).
Até a publicação desta coluna, não consegui contatar o presidente estadual do Patriota. Mas, nessa conjuntura, não soa muito provável que Favatto abra mão de Estéfane na sua própria chapa.
Além disso, não está excluída a hipótese de o Patriota acabar formalizando aliança com o Republicanos de Erick Musso, apoiando sua candidatura ao Senado.
Quando Erick ainda era pré-candidato a governador, o Patriota tinha o pré-compromisso de o apoiar. Agora, a coligação de Erick para o Senado já conta com o Republicanos e o União Brasil.
Enquanto Guerino trabalha para atrair o Patriota para sua coligação na disputa ao governo estadual, Erick faz o mesmo por seu lado, tentando puxar o partido para sua coligação na disputa ao Senado.
Gildevan desiste de disputar a eleição
Enquanto isso, o ex-deputado estadual e ex-prefeito de Pinheiros Gildevan Fernandes (PSC) desistiu de ser candidato a deputado federal. Gildevan sofreu um infarto há cerca de um mês e decidiu se concentrar nos cuidados com a própria saúde.
Essa não é a primeira baixa importante sofrida pela chapa de candidatos a deputado federal do PSC. No início de julho, o delegado e ex-secretário de Segurança de Vitória Ícaro Ruginski anunciou, pelo Instagram, sua desistência.
Presidido no Espírito Santo pelo ex-vereador de Vila Velha Reginaldo Almeida, o PSC tem como principais apostas para a Câmara Federal a cantora gospel Lauriete, candidata à reeleição, e o deputado estadual Renzo Vasconcelos. No entanto, os agentes do mercado político não dão por certo que essa chapa consiga eleger um federal. As duas baixas citadas enfraquecem muito suas probabilidades.
Assim, o recuo de Gildevan compromete ainda mais a reeleição de Lauriete e a chegada de Renzo ao Congresso.
A resposta esperada por Ramalho
O ex-secretário estadual de Segurança Pública Alexandre Ramalho (Podemos) não quer ser candidato a deputado estadual. Está entre concorrer a deputado federal ou não ser candidato a nada. Para topar a primeira opção, ele espera respostas de algumas pessoas, principalmente do governador Renato Casagrande (PSB).
Na última segunda-feira (8), Ramalho foi ao encontro de Casagrande, e pediu a ele que o ajude a reunir as “condições políticas” necessárias para viabilizar uma candidatura a deputado federal aos 48 minutos do 2º tempo. Ramalho não espera manifestação pessoal de apoio por parte de Casagrande, comprometido com a reeleição de Rose de Freitas (MDB). Mas o governador, se quiser, pode mobilizar parte de sua ampla rede de contatos e aliados políticos para fortalecer a campanha do ex-secretário.
O que Ramalho não aceita de jeito nenhum é ser candidato a deputado federal apenas para fazer número, ou, pior, para servir de “escada” para Gilson Daniel, ajudando com seus votos a eleger o presidente estadual do partido, que não topou bancar a sua pré-candidatura ao Senado.
Fonte: ES360
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