Exército está se associando a genocídio, diz Gilmar Mendes; governo rebate
Exército está se associando a genocídio, diz Gilmar Mendes; governo rebate
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), criticou no sábado (11) a ausência de comando oficial no Ministério da Saúde em meio à pandemia de coronavírus. Segundo ele, se o objetivo de manter um militar à frente da Pasta é tirar o protagonismo do governo federal na crise, “o Exército está se associando a esse genocídio”.
Os comentários foram feitos durante um debate online organizado pela revista IstoÉ e pelo Instituto Brasiliense de Direito Público. A crítica do ministro é direcionada à presença de militares em postos-chave no Ministério da Saúde, que é comandado interinamente há mais de 50 dias pelo general Eduardo Pazuello.
“Não podemos mais tolerar essa situação que se passa no Ministério da Saúde. Não é aceitável que se tenha esse vazio. Pode até se dizer: a estratégia é tirar o protagonismo do governo federal, é atribuir a responsabilidade a estados e municípios. Se for essa a intenção, é preciso se fazer alguma coisa. Isso é péssimo para a imagem das Forças Armadas. É preciso dizer isso de maneira muito clara: o Exército está se associando a esse genocídio, não é razoável. É preciso pôr fim a isso”, declarou Mendes.
Questionado sobre as falas de Mendes, o Ministério da Defesa enviou uma nota em que lista as ações empreendidas pelas Forças Armadas no esforço de contenção do vírus. Em nenhum momento o documento menciona Gilmar Mendes ou faz referência à declaração do ministro do Supremo.
A Defesa diz que, desde o início da pandemia do novo coronavírus, os militares atuam diariamente no combate à doença, com “efetivo maior do que o da FEB (Força Expedicionária Brasileira) na Segunda Guerra Mundial”.
A Defesa diz ainda que em março foi criada a Operação Covid-19, que mobilizou dez comandos conjuntos e o Comando Aeroespacial. “O Ministério da Defesa tem o compromisso com a saúde e com o bem estar de todos o brasileiros de norte ao sul do País”, afirma a nota.
Após a invertida do governo, Mendes se retratou com as Forças Armadas através de um post no Twitter, mas reforçou as críticas à forte presença de militares no Ministério da Saúde em meio à pandemia de coronavírus.
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