Mudança de estratégia melhora o desempenho da Polícia Federal no Espírito Santo

Mudança de estratégia melhora o desempenho da Polícia Federal no Espírito Santo

Desde que assumiu o comando da PF no Estado, o delegado Eugênio Ricas vem obtendo, junto com suas equipes, resultados positivos. No ranking nacional de 2020, a PF em solo capixaba saltou da 21ª posição em operacionalidade para 11ª em 2021, subindo, em poucos meses, 10 posições. Em menos de seis meses, a instituição apreendeu mais de R$ 100 milhões de bens das organizações criminosas. As prioridades têm sido o combate à corrupção e ao crime violento. Outro foco a ser turbinado este ano visa alcançar crianças e adolescentes, com palestras sobre os perigos do uso de drogas. “Eu sou candidato a continuar trabalhando na Polícia Federal e em prol da sociedade”, diz Ricas.

O delegado Eugênio Coutinho Ricas assumiu o comando da Superintendência Regional da Polícia Federal no Espírito Santo, no dia 4 de agosto de 2021, com o objetivo de aumentar o poder operacional de suas equipes de policiais e cumprir duas prioridades: combater a corrupção e o crime violento. Os números mostram que ele alcançou a finalidade. Em cinco meses de gestão, o mineiro Eugênio Ricas fez subir o Índice de Produtividade Operacional (IPO) da PF no Estado, saltando de 5.89 em 2020, para 8.83 no final de 2021 – em agosto, quando ele assumiu a missão, o IPO era de 5.37. No ranking nacional de 2020, a Polícia Federal no Espírito Santo saltou da 21ª posição em operacionalidade para 11ª em 2021, subindo, em poucos meses, 10 posições.

Eugênio Ricas reconhece que os efetivos das forças de segurança pública de todo o País, incluindo a Polícia Federal, ainda são reduzidos em relação aos crimes e ao tamanho da população. Por isso, ao retornar ao Estado em agosto do ano passado, ele optou em estabelecer prioridades: “Temos uma equipe de profissionais no combate à corrupção que é referência nacional, e, cujos profissionais, são, inclusive, professores em nossa Academia de Polícia, em Brasília. Também criamos a Força Tarefa, que atua mais diretamente no combate ao crime violento, cometido por traficantes de drogas e de armas responsáveis por uma série de assassinatos. O estabelecimento de prioridades vem dando resultado positivo”, disse Eugênio Ricas.

Os números demonstram o quanto as ações aumentaram. Em 2020, a PF havia feito a apreensão de R$ 1,928 milhão no Estado, fruto de bens materiais – como veículos, barcos, joias, armas, drogas – apreendidos em poder de organizações criminosas, além de dinheiro em espécie. Até agosto de 2021, este número era de R$ 8.431 milhões. A Federal fechou o ano de 2021 com mais de R$ 100 milhões apreendidos. Mais precisamente R$ 100.295.000,00:

“Esse valor é fruto de bens apreendidos em poder de empresários, traficantes de drogas, de armas, de madeiras e de animais silvestres. São bens patrimoniais e em espécie. É necessário descapitalizar os criminosos. A Polícia Federal identifica os bens e a Justiça decreta o bloqueio e o sequestro. Dificilmente as organizações criminosas têm os bens devolvidos pela Justiça. Os criminosos sentem o impacto no bolso e nos cofres”, explica Eugênio Ricas, que, antes de retornar ao Estado, estava atuando na representação da Polícia Federal nos Estados Unidos.

Lavagem de dinheiro sustenta o crime violento no mundo

A Polícia Federal, segundo seu chefe no Estado, possui expertise de tecnologia, o que ajuda a perseguir criminosos e rastrear dinheiro do crime até no exterior. Recentemente, a PF prendeu empresários capixabas que são especialistas em fazer a lavagem de dinheiro de organizações criminosas. Eugênio Ricas chama a atenção para a gravidade da lavagem de dinheiro:

“Este tipo de crime é tão grave que representa 92% de todo dinheiro movimentado ilicitamente no mundo. São recursos oriundos do tráfico de drogas, de armas e tráfico humano e da corrupção em geral. A lavagem de dinheiro sustenta a violência no dia a dia”, informa o superintendente da PF.

Outro dado importante se refere a apreensão de drogas. De acordo com o delegado federal Eugênio Ricas, em 2020 a Superintendência Regional apreendeu 241 quilos de cocaína. De janeiro a julho do mesmo ano, a quantidade de apreensão chegou a 109 quilos e a PF fechou 2021 com apreensão de uma tonelada e mais 582 quilos de cocaína. De janeiro de 2020 a julho de 2021, a Federal não havia apreendido nenhuma arma ilegal no Estado. De agosto em diante registrou 29 armas apreendidas.

Segundo Eugênio Ricas, a orientação da direção nacional da Polícia Federal é priorizar o combate às organizações criminosas. No entanto, salienta que o “toque de uma gestão regional” pode também contribuir para o aumento do número de operações. O delegado federal Eugênio Ricas tem um perfil extremamente operacional:

“Antes do gestor ter um perfil operacional, é preciso contar com a ajuda da equipe. E nós aqui temos uma equipe muito competente e trabalhadora”, explica o chefe da Polícia Federal no Espírito Santo, para, em seguida, acrescentar que, em todo o ano passado, a PF realizou três importantes operações de combates a crimes ambientais, algo até difícil de se ver, atualmente, em âmbito nacional:

“Realizamos ações firmes e fortes contra o tráfico de armas pelos Correios; contra o tráfico de aves e animais silvestres; e contra o tráfico de madeira (Pau Brasil). Descobrimos traficantes levavam madeira para outros países, onde depois era  transformada em violinos, por exemplo”, disse Eugênio Ricas.

O superintendente Regional da Polícia Federal falou também sobre a Força Tarefa que conta com a participação de policiais federais e de agentes das Guardas Civis Municipais de Vitória, Vila Velha e Serra. Essa Força Tarefa já está em atividade desde novembro de 2021, depois de ter sido criado com a chegada de Eugênio Ricas. Em breve, a Guarda Municipal de Cariacica também vai integrar o grupo, que já conta com a presença da Polícia Rodoviária Federal.

“A Força Tarefa é uma ferramenta a mais para garantir mais segurança soa capixabas. Esperamos que em breve o Governo Estadual, que já tem um excelente programa de segurança pública, que é o Estado Presente, passe a integrar o grupo”, disse Eugênio Ricas.

Indagado se a Força Tarefa pretende se expandir para as cidades de fora da Grande Vitória e que possuem também Guarda Municipal, o superintendente Regional da PF informou que isso será possível mais para o futuro. Entretanto, garantiu que as ações do grupo na Região Metropolitana refletem também no interior. Deu como exemplo a prisão da traficante conhecida como Bilzinha, ocorrida em 21 de outubro de 2021. A mulher era integrante de uma organização criminosa responsável pelo tráfico de drogas nos municípios de São Mateus e Conceição da Barra, no Norte do Espírito Santo.

A quadrilha armada é liderada por um mafioso chamado Robocop, traficante extremamente violento, com envolvimento em vários homicídios na disputa pelo controle das áreas de venda de drogas em terras capixabas e que havia sido preso em junho, do ano passado, em Goiânia. Bilzinha foi presa em São Mateus durante uma operação conjunta entre Policiais Federais do Espírito Santo e da Delegacia da PF de Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro.

“Em Minas Gerais, a Força Tarefa deu certo na Grande Belo Horizonte e está se expandindo para cidades do Triângulo Mineiro, como Uberlândia e Uberaba”, disse Eugênio Ricas.

Grupo de Prevenção ao Uso Indevido de Drogas da Polícia Federal dá orientações a crianças e adolescentes

Em 2022, a Polícia Federal vai promover mais ações do Grupo de Prevenção ao Uso Indevido de Drogas da Polícia Federal (GPRED), uma unidade existente dentro da Superintendência Regional que é comandada pelo agente federal Expedito Jorge Tavares de Souza. Há 30 anos, Expedito Jorge vem realizando palestras e demais ações em escolas, condomínios, igrejas, empresas e associações de moradores, sempre orientando crianças, adolescentes e jovens sobre os riscos e perigos que as drogas representam.

Desde agosto de 2021, a PF passou a receber estudantes – crianças e adolescentes – no auditório da Superintendência Regional, que fica em São Torquato, Vila Velha, para palestras, sempre tomando os cuidados sanitários por conta da pandemia da Covid/19:

“De agosto até dezembro do ano passado, recebemos mais de 3 mil alunos no auditório para palestra. As crianças têm contato com nossos policiais, brincam com o cão farejador e também assistem palestras sobre corrupção e aprendem como a sociedade pode fiscalizar o uso do dinheiro público. Também falamos sobre exploração sexual. Mostramos aos alunos como eles podem procurar os professores, seus pais, padres e pastores para denunciar algum tipo de abuso sexual. O foco das palestras é o perigo do uso de drogas, mas abordamos também outros temas”, disse Eugênio Ricas.

O alvo das palestras são crianças e adolescentes residentes em bairros da Grande Vitória que têm problemas com a vulnerabilidade social. “A meta para este ano é turbinar o GPRED. Queremos trazer um maior número possível de pessoas para ter contato com as palestras. O custo benefício das palestras é enorme, pois o trabalho do nosso amigo e colega Expedito Jorge e sua equipe evita que as crianças de hoje evoluam para o mundo das drogas. Posso garantir que esse trabalho de prevenção, que é também papel institucional da Polícia Federal, é superior à apreensão de drogas”, diz o delegado Eugênio Ricas.

A Superintendência Regional da Polícia Federal vai receber, em breve, dois veículos blindados para fazer a segurança de candidatos e candidatas a Presidência da República em visita ao Estado, quando a campanha começar oficialmente. Depois das eleições, os carros permanecerão com a PF no Estado, para uso em outras missões.

Lembrado por políticos, Eugênio Ricas descarta candidatura nas eleições de 2022

Desde que retornou ao Estado, em agosto de 2021, o nome do delegado Federal Eugênio Ricas é citado nas rodas de conversas de políticos como um nome importante para pleitear algum cargo nas eleições deste ano. Ricas, no entanto, garante que não será candidato:

“No Brasil, é comum jogar o nome de um profissional sempre que ele tem alguma ascensão em sua atividade. As pessoas procuram sempre um salvador da Pátria. Eu sou candidato a continuar trabalhando na Polícia Federal e em prol da sociedade”.

O delegado federal Eugênio Ricas chegou ao Espírito Santo em 2013. Foi cedido ao Governo do Estado, onde assumiu a subsecretária de Estado da Justiça (Sejus), a convite do então governador Renato Casagrande. Em janeiro de 2014, assumiu o comando da Sejus, responsável pela gestão do sistema prisional.

Ele permaneceu no Executivo Estadual durante o governo de Paulo Hartung e, em 2015, recebeu o prêmio INOVES de Gestão Pública, após ajudar a transformar um patamar de uma rebelião a cada 45 dias em mais de 3 anos sem nenhuma rebelião no Espírito Santo. Em 2016, assumiu a Secretária de Estado de Controle e Transparência do Espírito Santo, responsável pelo controle interno do governo, tendo sido recordista nacional em aplicações de sanções baseada na lei anticorrupção. Além disso, inovou o sistema de controle interno e implementou o Código de Integridade do contratante com a administração pública.

De novembro/2017 a março/2018 foi Diretor de Investigação e Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal, em Brasília. De setembro/2018 a julho/2021 foi Adido Policial Federal nos Estados Unidos.

Reprodução Elimarcortes