Proposta visa prevenir amputações em diabéticos

Proposta visa prevenir amputações em diabéticos

Projeto estabelece diretrizes para detecção contínua de lesões em fase inicial nos pacientes diabéticos

Por iniciativa do deputado Dr. Bruno Resende (União), o Projeto de Lei (PL) 379/2024 institui no Espírito Santo a Política de Prevenção às Amputações em Pacientes Diabéticos. A iniciativa tem como base dados que apontam o Diabetes Mellitus (DM) como a principal causa de amputação de membros inferiores.

O PL visa desenvolver ações fundamentais de divulgação para difundir a prevenção e detecção contínua de lesões em fase inicial nos pés de pacientes diabéticos que possam levar ao risco de infecções e amputações.

As diretrizes propostas envolvem: prevenção de úlceras nos pés; classificação das úlceras no pé relacionadas ao diabetes; diagnóstico e tratamento da infecção do pé e tratamento da doença arterial periférica em pessoas com úlcera do pé e diabetes; além de intervenções para melhorar a cicatrização de úlcera nos pés em pessoas com diabetes e investimento em tratamentos especializados.

Amputações

Na justificativa do projeto, Dr. Bruno aponta que o Brasil segue a tendência global de aumento na prevalência de pessoas com Diabetes Mellitus, ocupando o quinto lugar entre os dez países ou territórios com o maior número de pessoas diagnosticadas no grupo etário de 20 a 79 anos. A previsão é chegar em 2030 a 643 milhões de pessoas com a doença e, em 2045, a 784 milhões.

O autor da iniciativa salienta que as úlceras do pé diabético são responsáveis por mais de 85% das amputações, sendo que 25% das pessoas com DM irão desenvolver pelo menos uma amputação durante a vida.

Ainda traz dados da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV) que apontam a ocorrência de mais de 282 mil cirurgias de amputação de membros inferiores (pernas ou pés) pelo Sistema Único de Saúde (SUS) entre janeiro de 2012 e maio de 2023. No período foram gastos R$ 799 milhões, o que representa uma média nacional de R$ 2.962,28 por procedimento, apontam os dados da SBACV.

O parlamentar explica que “o aumento no número de amputações é indicativo de que é preciso fortalecer as ações de saúde pública, promovendo hábitos saudáveis e acesso a tratamentos adequados, e muitas vezes despercebidas pelos profissionais de saúde quando deveriam ser diagnosticadas e tratadas por meio de exame simples e de rotina dos pés”.

E finaliza: “Assim, é importante a criação de um projeto que visa garantir a oferta dos exames complementares e consultas especializadas (…), evitando que os pacientes precisem ir para os hospitais com casos que podem e devem ser solucionados na atenção primária e secundária”.

Tramitação

O PL 379/2024 será analisado nas comissões de Justiça, de Saúde e de Finanças, antes de seguir para discussão no plenário.

Confira a íntegra do projeto e a tramitação