Reunião promove a defesa da diversificação agrícola

Reunião promove a defesa da diversificação agrícola

Opinião foi defendida por convidados da Comissão de Direitos Humanos; participantes também levantaram a pauta da agroecologia para uma alimentação de qualidade

Citando o café como o cultivo mais importante em 70% das propriedades rurais do Espírito Santo, o presidente da Associação dos Servidores do Incaper (Assin), Luiz Carlos Leonardi Bricalli, alertou que a diversificação na agricultura se faz necessária para garantir a alimentação para as cidades. Ele foi um dos debatedores da reunião da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos sobre o direito à segurança alimentar e nutricional e a importância da extensão rural.

Participaram também do encontro o diretor administrativo-financeiro do Incaper, Cleber Bueno Guerra; o gerente de Desenvolvimento Agrário da Secretaria de Estado de Agricultura (Seag), Samir Serodio Amim Rangel; a promotora de Justiça Vanessa Morelo Amaral; e a deputada Iriny Lopes (PT). A reunião ocorreu na terça-feira (21) e foi coordenada pela presidente do colegiado, deputada Camila Valadão (Psol).

Segundo dados do Incaper citados por Bricalli, atualmente existem 402 mil hectares em produção no Estado, sendo a atividade cafeeira responsável por 37% do Produto Interno Bruto (PIB) Agrícola capixaba. No Espírito Santo, das 108 mil propriedades rurais, 75 mil são produtoras de café. O ES é o segundo maior produtor de café no Brasil, juntando as variedades arábica e conilon.

Fotos da reunião

Extensão rural

Luiz Bricalli lembrou que o foco na extensão rural é a conexão entre o campo e as cidades, tendo como pilares produzir, transformar e vender, com a assistência técnica do Incaper às unidades de produção e a extensão rural protegendo a natureza e incluindo as pessoas do meio rural, para garantir a comida na mesa da população;

“Para garantir o direito à segurança alimentar e nutricional, o Incaper trabalha para combater a pobreza no campo e as desigualdades sociais, usando a extensão rural, que tem como função cuidar das pessoas”, destacou Bricalli.

Agrotóxicos

A promotora Vanessa Amaral alertou para o uso indiscriminado de agrotóxicos e citou o pacto agroecológico feito em Viana que, segundo ela, deveria servir de exemplo para os demais municípios.

O gerente da Seag Samir Rangel endossou a opinião da promotora e disse que a agroecologia é o “futuro do mundo”. Rangel também falou sobre o uso excessivo de agrotóxicos, pontuou que o Brasil é o maior usuário desses produtos no mundo e disse que o país requer ações governamentais para combater a questão: “O mercado não tem fiscalização adequada e vende à vontade produtos que matam”, afirmou.

O diretor do Incaper Cleber Bueno sugeriu que em concursos públicos futuros para ingresso no Incaper seja considerado como requisito para os candidatos a habilidade em agroecologia.

Fórum ambiental

A deputada Iriny Lopes falou sobre a proposta, já encaminhada ao governo estadual, de criar um fórum com representantes da sociedade, servidores e governo para definir políticas públicas preventivas de catástrofes climáticas. Ela também reforçou o discurso pela diversificação de culturas e o combate ao uso de agrotóxicos: “Faço um alerta para o aumento da monocultura da cana-de-açúcar e de eucaliptos de Fundão ao sul da Bahia”, disse.

Para a deputada Camila Valadão, a reunião foi importante e serviu para que a Comissão de Direitos Humanos oficialize ao governo estadual a necessidade urgente de realizar o fórum ambiental, pois faltam, segundo ela, políticas públicas para a agroecologia.

Apesar de convidados, não compareceram os representantes dos movimentos de Educação Promocional do Espírito Santo (Mepes), dos Pequenos Agricultores (MPA) e dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

Fonte: Assembleia Legislativa