Trabalho contra a corrupção e a burocracia, afirma Polese
Na próxima quarta-feira (1º), Lucas Polese (PL) iniciará seu mandato na Assembleia Legislativa (Ales) como o mais jovem deputado estadual da história política do Espírito Santo. Aos 26 anos, o estreante chega ao Parlamento capixaba com o compromisso de lutar contra a burocracia da máquina pública. Ele se coloca como oposição ao governo do Estado e cobra mais participação da juventude no processo político.
“Reduzir o inchaço e a burocracia da máquina pública capixaba, criar mecanismos de transparência, de combate à corrupção, combater a indústria da multa que assola o setor produtivo, tanto do campo, quanto da cidade. Tem algumas pautas morais que eu defendo também, a defesa da família, a defesa da liberdade. A segurança pública capixaba é uma bandeira que eu tenho lutado bastante também, fortalecendo os profissionais de segurança pública, principalmente as polícias, integrando as polícias”, afirma.
Trajetória
Natural de Colatina, Polese trabalha com artes gráficas e é fundador do Instituto Liberal do Espírito Santo (Iles). “Eu sempre quis dar um propósito à minha vida, então, em 2014, com a reeleição da Dilma (Rousseff), eu vi um sentimento de luto nacional no país e decidi que eu precisava fazer alguma coisa para não ser refém de um país assim, para mudar essa situação”, comenta.
“E aí fui estudando sobre política, fui me informando, até que em 2016 eu decidi abrir uma página (na internet) para fiscalizar políticos, contratos, licitações, o poder público do Espírito Santo. Com isso eu fui fiscalizando, em vários momentos a gente conseguiu derrubar contratos, compras desnecessárias, evitar aumentos de salário de vereadores em várias cidades”, acrescenta.
O ativismo político foi rendendo repercussão e também alguns processos, foram 22 ao longo de 6 anos. Governador, senador, deputados e ex-prefeitos estão na lista dos que entraram na Justiça contra o ativista. “Isso foi trazendo repercussão pra gente, fui ganhando destaque e acabou que as coisas foram conduzindo a isso. Decidi sair candidato com o apoio das pessoas, muita gente pedindo. Foi a primeira eleição que disputei, mas acabei ganhando, relata.”
Polese afirma ter gasto R$ 12 mil na campanha para deputado e se orgulha de seus posicionamentos. “Vários políticos até tentaram me comprar, me ofereceram cargo para eu parar com o trabalho que eu vinha fazendo, mas eu sabia qual era o meu caminho, fui tocando, mesmo na dificuldade, e as coisas aconteceram”, destaca.
Desafios do Espírito Santo
Atuar pelo fortalecimento do setor produtivo e combater a burocracia estão entre as prioridades do mandato de Polese. “Eu acho que o principal desafio para o Espírito Santo, que já é um Estado organizado, é melhorar as condições de negócio aqui no estado. Melhorar as condições para se empreender, reduzir burocracia, reduzir alguns entraves que a gente tem aqui”, revela.
“Combater essa indústria da multa (…) de alguns órgãos ambientais que vão no campo, ou mesmo em empresas, mas principalmente no campo, com o intuito exclusivo de multar o produtor por qualquer coisa, às vezes levam até o produtor preso. Então, eu acho que fortalecer o setor produtivo do Estado é fundamental pra gente combater desemprego, pra gente gerar oportunidade”, complementa.
Fortalecer o Legislativo estadual é outro ponto citado pelo estreante. “Mais um desafio importante que eu vejo agora é defender o bom funcionamento das instituições capixabas. Eu vejo, por exemplo, que estou entrando em um momento que o Poder Legislativo do Espírito Santo está enfraquecido. Alguns poderes, na minha visão, de forma inconstitucional, vêm fazendo um ativismo jurídico e avançando no Poder Legislativo Estadual”, opina.
“Inclusive tomando decisões absurdas, lançando inquéritos contra parlamentares de forma absurda, sem respeitar a liberdade deles, sem respeitar a imunidade parlamentar. Então, defender e proteger o Poder Legislativo, nesse momento, é um papel muito importante”, conclui.
Projetos
Ao ser questionado sobre a apresentação de projetos, Polese revela algumas de suas ideias. “Tenho alguns projetos sim. Para combater a indústria da multa, por exemplo. Tenho um já sobre pagamento de multas de trânsito somente depois do recurso ser julgado, é um dos projetos. Tem algumas pequenas reformas na legislação ambiental que a gente já vem trabalhando”, ressalta.
“Tem outros projetos também, na linha de impedir catástrofes recentes, que aconteceram aqui no estado, como aquela chacina nas escolas de Aracruz. A gente tem projeto no sentido de botão do pânico, de segurança armada para as escolas, são vários, e a gente está construindo”, completa.
Relação com o governo
Sobre a relação com o governo do Estado, o deputado eleito não faz rodeio. “Meu posicionamento é de oposição. Eu já faço oposição ao governador, oficialmente, desde 2017, desde antes de ele ganhar essa primeira eleição desse ciclo dele, de agora. E continuo fazendo oposição ideológica, mas claro, oposição racional, não é oposição por oposição”, explica.
“Matérias do governo, que eu veja que são de interesse da população, que são importantes para a população, não terei problema nenhum de votar a favor. Agora, via de regra, pelo comportamento, pela postura do governo, pelas matérias que são pautadas, eu vejo um perfil meu de oposição à maioria dos temas”, pondera.
Apesar de seu posicionamento, o estreante prevê uma maioria de parlamentares na base governista. “Acho que o Executivo vai encontrar resistência a algumas coisas, quando ele invadir a pauta moral, tentando passar alguma coisa nesse sentido, e em outras não. Porque, apesar de tudo, eu vejo que ele tem maioria lá na Ales”, avalia.
Comissões
Algumas comissões da Casa estão no radar de atuação, como a de Cidadania e Direitos Humanos e a de Segurança Pública. “(…) as comissões de agro (Agricultura) e Meio Ambiente, eu tenho bastante interesse, porque é um nicho de onde eu vim”, pontua.
Polese está comprometido a realizar uma reforma na legislação ambiental estadual. “Eu sou do agro, tive bastante voto das pessoas do agro, elas sempre vêm recorrer sobre os problemas que estão passando. Então agro e meio ambiente, até pela reforma da legislação ambiental, que estou me propondo a fazer, eu acho que seria bem importante (participar)”, afirma.
Representatividade da juventude
A renovação política e de ideias são as principais justificativas de Lucas Polese para que jovens, cada vez mais, se interessem pela política. “É muito importante, para renovar os comportamentos, as práticas, os hábitos. Tem uma frase muito bacana que diz que ‘os políticos são como fraldas e precisam ser trocados de tempo em tempo, pelas mesmas razões’”, cita.
“Então, eu acho que quando uma pessoa fica lá 40 anos, 30, enfim, ela vai criando alguns vícios, alguns hábitos, e o mundo vai mudando também, se atualizando. A tecnologia, a revolução industrial nova, enfim, tudo isso vem acontecendo e as novas gerações precisam fazer parte do processo também”, avalia.
“Para trazer essas transformações com o tempo, mesmo porque às vezes, não generalizando, mas muitas vezes, as gerações mais antigas não conseguem trazer. E até pra trazer representatividade da juventude também, que via de regra é bem ausente do processo político. Então é importante a gente trazer eles para dentro, para participar, para tentar lutar pelas transformações que a gente quer na sociedade”, finaliza.
Fonte:Ales
Especialista em moderação e revisão de conteúdo para jornais do consórcio de notícias, garante a qualidade editorial e a precisão das publicações, mantendo padrões rigorosos de precisão e excelência informativa.