Continua a operação contra falsos consórcios: mais três pessoas são detidas
Comissão de Defesa do Consumidor da Ales e Decon apresentaram os resultados da terceira fase da operação, que nesta quinta abrangeu empresa da Serra
A Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon) e a Comissão de Defesa do Consumidor e do Contribuinte da Assembleia Legislativa anunciaram nesta quinta-feira (2), no Plenário Rui Barbosa, os resultados da terceira fase da investigação policial empreendida contra empresas que comercializam, por meio de consórcios, veículos e casas inexistentes. Foram presas três pessoas em flagrante em uma empresa localizada no Bairro de Fátima, no município da Serra (ES).
O negócio consistia em atrair o consumidor pela internet com promessas de todas as facilidades financeiras possíveis, induzindo o interessado na compra de um carro ou de uma casa a desembolsar o dinheiro que tivesse, considerado como entrada do ato comercial. Uma vez paga a primeira parcela e assinado um contrato, o cliente era orientado a voltar em até 72 horas para concluir a compra.
Mas as reclamações recebidas pelo Procon e pela Comissão de Defesa do Consumidor da Ales indicaram que o produto vendido não existia e, na verdade, era um falso consórcio. As pessoas lesadas também denunciaram ameaças e agressões físicas praticadas pelos representantes da empresa.
Ameaças e agressões
Não era apenas uma venda enganosa, mas os compradores, ao se apresentarem na empresa para cobrar o que foi vendido, eram ameaçados fisicamente e até agredidos. No caso da testemunha que se apresentou no Procon, a moça levou choques elétricos e a sua acompanhante, um chute. Os policiais apreenderam documentos e até um aparelho de dar choque elétrico nesta quinta.
“O que chamou a atenção foi a prática dos mesmos crimes como nas outras fases [da investigação] mas com um nível de agressividade muito maior”, comentou o presidente da Comissão de Defesa do Consumidor, deputado Vandinho Leite (PSDB). “Pedimos que continuem denunciando. Temos o Procon e a Delegacia do Consumidor aqui na Assembleia”, lembrou.
Treinamento centralizado
Já o delegado titular da Decon, Eduardo Passamani, informou que a operação desta quinta foi em uma empresa que não constava nas duas fases da operação do ano passado.
“Existe a informação de que as pessoas da operação de hoje tinham ligação com uma das empresas do ano passado, foram treinadas mas não estavam trabalhando à época. Existe um indicativo que as pessoas que atuam nesse ramo são treinadas por uma mesma pessoa, cabeça de tudo, que recebe um percentual do golpe”, relatou Passamani.
Os indiciados estão sendo acusados por propaganda enganosa, associação criminosa, crime contra a economia popular, estelionato e até por lesão corporal. As multas podem chegar a R$ 3 milhões.
Fonte: Assembleia Legislativa
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