Renato Casagrande e o desafio de passar ileso por 2020
Assim como no carnaval, na política assim que termina uma eleição, os atores políticos já começam a planejar a próxima disputa, é algo até natural. Em 2020 haverá eleições para vereadores e prefeitos nos 78 municípios do Espírito Santo e as articulações já estão a todo vapor.
Neste jogo do poder municipal, um eleitor em especial terá um papel fundamental, seja pela capacidade de influência, seja pela capacidade de ajudar com a máquina um determinado candidato. Este eleitor é o governador Renato Casagrande (PSB).
Ocorre que a atuação de Casagrande no pleito de 2020, pode ser decisiva em sua relação com a Assembleia Legislativa e com a bancada federal. Em Vitória por exemplo, na Assembleia Legislativa temos os deputados Sérgio Majeski (PSB), Lorenzo Pazolini (sem partido), Iriny Lopes (PT) e Fabrício Gandini (PPS), além de José Esmeraldo (do MDB e pai do vice-prefeito Sérgio Sá), Enivaldo dos Anjos (do PSD e tio do Vereador Mazinho dos Anjos) e Erick Musso (PRB e aliado de deputado federal Amaro Neto do mesmo partido), todos com interesse direto na disputa de 2020. Uma simples solenidade na Av. Leitão da Silva em Vitória, onde apenas um dos parlamentares citados foi convidado, foi suficiente para gerar um curto circuito no plenário da Assembleia Legislativa, que gerou bate boca e acusações de várias partes.
Em Vila Velha a situação também não é diferente, os deputados Rafael Favatto (Patriotas), Danilo Bahiense (PSL), Euclério Sampaio (PDT), Doutor Hércules (MDB) e Hudson Leal (PRB) têm interesse direto na disputa e o simples anúncio do Governo do Estado de que iria reativar o presídio da Glória, foi suficiente para gerar outra guerra no plenário na Assembleia Legislativa.
Em diversos outros municípios, os deputados estaduais e também os deputados federais têm interesse na disputa e se faz cada vez mais prudente, uma atuação discreta e imparcial do governador Renato Casagrande, não apenas por desagradar aliados, mas por ter a capacidade de afetar diretamente as relações e parcerias futuras, principalmente as que visem a sucessão de 2022.
Além de tentar manter coesa sua base aliada, outro desafio que o governador Renato Casagrande terá pela frente, será segurar a ânsia de poder dos correligionários de seu partido o PSB, que além do Governo do Estado, mostram-se insaciáveis com o poder e querem manter a Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim com Vitor Coelho (PSB) e conquistar as prefeituras de São Mateus com o deputado estadual Freitas, de Serra com o deputado estadual Bruno Lamas, de Vitória com o deputado Sérgio Majeski ou o vice-prefeito Sérgio Sá ou o Vereador Davi, de Vila Velha com Edmar Camata, de Cariacica com Jaqueline Viana e tantos outros municípios.
O ano de 2019 será desafiante para o governador Renato Casagrande, que além de implantar as mudanças prometidas para sua gestão, terá que atuar diretamente nas articulações para frear os erros de articulação de seu governo, principalmente por que o titular da Casa Civil, pasta responsável pela articulação política do governo, insistir em atuar de forma dirigida, não ajudando o governador a ficar neutro na disputa de 2020.
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