A urgência de uma reforma eleitoral que liberte o Brasil
Por Coronel Wagner
O Brasil conta hoje com cerca de 213 milhões de habitantes, dos quais 100 milhões recebem algum tipo de auxílio social do governo federal — como o Bolsa Família, o BPC e outros programas assistenciais.
Esses números chamam atenção não apenas pela dimensão, mas pelo efeito social e político que carregam.
O problema não é o benefício em si, mas o uso político da dependência.
Muitos desses programas, que nasceram com o propósito de ajudar temporariamente, acabaram se transformando em ferramentas de controle e manipulação eleitoral.
Milhões de brasileiros são induzidos a acreditar que, sem o governo de turno, perderão o benefício que garante sua subsistência.
Essa dependência prolongada cria uma nova forma de escravidão moderna, onde o medo substitui a liberdade, e o voto deixa de ser um ato de esperança para se tornar um voto de sobrevivência.
A assistência social deve ser porta de saída, não prisão permanente.
Programas sociais são importantes — mas precisam vir acompanhados de capacitação profissional, inserção no mercado de trabalho e metas de independência econômica.
Não é justo que o cidadão seja condenado à dependência, enquanto políticos usam sua vulnerabilidade para perpetuar o poder.
Por isso, é hora de discutir mudanças profundas na legislação eleitoral.
Se queremos eleições realmente livres e justas, é necessário impedir que o voto seja utilizado como moeda de troca.
Defendo que pessoas que estejam há mais de um ano recebendo benefícios sociais sem vínculo empregatício ou comprovação de busca ativa por trabalho tenham o direito de voto suspenso temporariamente, até que retomem sua atividade produtiva.
Não como punição, mas como proteção à democracia, para evitar que o medo de perder o benefício determine o resultado das urnas.
Outro ponto que exige correção urgente diz respeito ao voto dos presos provisórios.
Hoje, pela legislação brasileira, apenas os presos condenados têm seus direitos políticos suspensos.
Já aqueles presos preventivamente ou aguardando julgamento continuam aptos a votar — e é justamente nesse espaço que facções criminosas exercem pressão e influência política.
É preciso reconhecer que o ambiente prisional não é neutro, e permitir o voto nesse contexto é abrir brecha para interferência direta do crime organizado nas eleições.
Portanto, enquanto durar a prisão preventiva, o direito de voto deve ser igualmente suspenso, como já ocorre com o preso condenado.
Trata-se de uma medida de coerência e proteção à integridade do processo eleitoral.
O Brasil precisa de uma reforma eleitoral corajosa, que liberte o povo da dependência e a democracia da manipulação.
Precisamos resgatar o sentido original do voto — um instrumento de mudança, não de submissão.
Um país que deseja crescer não pode continuar refém de currais eleitorais nem tolerar brechas que permitam ao crime ou à dependência decidir o futuro da nação.
O voto deve ser a expressão da liberdade — e a liberdade só existe onde há consciência, independência e justiça.
Reflexão final: “Enquanto o voto for guiado pelo medo ou pela dependência, o Brasil continuará sendo prisioneiro de si mesmo.”
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Bacharel em Comunicação Social, Economia e Filosofia. Mestre em Relações Internacionais.

