Adiada a votação de projeto que barra ideologia de gênero na sala de aula
A Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales) deveria ter votado nesta terça-feira (15) um projeto que poderá punir docentes, escolas e poder público que usarem em sala de aula materiais que tenham “imagens ou mensagens sexuais com conotação intencionalmente erótica, obscena ou pornográfica”. A votação foi adiada para a manhã desta quarta-feira (16).
A proposta, de autoria do deputado Vandinho Leite (PSDB), pretende proibir a ideologia de gênero nas escolas do Estado e teve o caráter de urgência aprovado nessa segunda-feira (14). Apenas os deputados Sergio Majeski (PSB) e Iriny Lopes (PT) votaram contra a urgência.
“A ideologia de gênero é uma teoria que diz que as crianças não nascem nem meninos, nem meninas, que elas definem seu sexo no decorrer da vida, de acordo com a identidade cultural, algo que na minha opinião não faz sentido algum e não existe nenhum estudo científico comprovando”, argumentou o deputado em plenário, pedindo o apoio dos colegas.
Segundo o texto, a autoridade que tiver ciência do não cumprimento da lei será obrigada a promover a apuração imediata, mediante sindicância ou processo administrativo disciplinar, assegurada ao denunciado a ampla defesa.
Os deputados Euclério Sampaio (sem partido) e Marcos Mansur (PSDB) fizeram discursos em defesa do projeto de Vandinho. Euclério disse que “a ideologia de gênero tem de ser extirpada das escolas”. Iriny disse não ter justificativa para a aprovação da urgência de um debate desta natureza.
“Um projeto assim, onde os deputados têm de expressar com clareza seus pontos de vistas a respeito do funcionamento da sociedade, do reconhecimento da diversidade, o posicionamento sobre direitos individuais das pessoas, não tem como se justificar a urgência”.
A deputada convocou professores, estudantes e movimentos sociais a comparecerem à sessão da Assembleia hoje, às 15 horas, mas para a surpresa deles, a votação foi adiada para esta quarta.
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