Após saída do PSD, Colnago irá apoiar chapa de Casagrande e Ricardo
O ex-vice-governador César Colnago pediu desfiliação do Partido Social Democrático (PSD), sigla que abriga a candidatura do ex-prefeito de Linhares Guerino Zanon ao governo estadual. Por meio de um emissário, Colnago já entregou sua carta de desfiliação ao diretório do PSD em Vitória. Na corrida ao Palácio Anchieta, ele está fortemente inclinado a apoiar a chapa governista, que tem Renato Casagrande (PSB) como candidato à reeleição e o ex-senador Ricardo Ferraço (PSDB) como candidato a vice-governador.
Há algumas semanas, Colnago tem se reaproximado politicamente de Casagrande e, principalmente, de Ricardo. Os dois ex-vice-governadores do Estado foram vistos tomando um café juntos, há cerca de dez dias, em uma padaria da Praia do Canto.
Colnago sai do PSD e do palanque de Guerino Zanon contrariado e magoado pela maneira como foi tratado, ao longo do período de pré-campanha, pelos dirigentes estaduais do partido, incluindo antigos aliados dele. No Espírito Santo, o PSD virou quartel-general do grupo político de Paulo Hartung (sem partido), incluindo muitos dos históricos aliados do ex-governador.
Opositor de Casagrande, Guerino é o pré-candidato ao governo estadual mais próximo politicamente de Hartung. O atual presidente estadual do PSD é o economista Neivaldo Bragato, braço direito de Hartung desde os tempos de movimento estudantil, no fim dos anos 1970. Da direção estadual, também faz parte José Carlos da Fonseca Junior, secretário-chefe da Casa Civil no último governo de Hartung (2015-2018).
A curta e turbulenta passagem de Colnago pelo PSD foi marcada por alguns episódios vexatórios, incluindo desmentidos públicos. Filiado ao PSDB por cerca de 30 anos, Colnago anunciou, no fim de março, que estava deixando o partido para se filiar ao PSD.
Em uma coletiva de imprensa concedida em sua residência, o ex-vice-governador declarou que entrava no PSD como pré-candidato a governador e que disputaria internamente a legenda com Guerino Zanon. Conforme disse na ocasião, o representante do partido na eleição ao governo seria escolhido entre os dois, por consenso ou por meio de prévias.
Dias depois, o então presidente estadual do PSD, José Carlos da Fonseca Junior, afirmou a esta coluna que o pré-candidato do partido ao Palácio Anchieta era um só: Guerino Zanon.
Pouco depois, ainda em abril, Colnago assumiu a presidência estadual do PSD.
Em meados de maio, o ex-vice-governador foi com o próprio Fonseca Junior ao encontro do presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, em São Paulo. Voltou de lá dizendo à imprensa capixaba que não seria mais candidato a governador, que apoiaria Guerino ao governo e que, com o aval de Kassab, buscaria viabilizar uma outra candidatura majoritária: ao Senado. Ninguém o desmentiu, ao menos não de imediato.
Dias depois, em entrevista a esta coluna, o próprio Guerino Zanon afirmou que Colnago na verdade seria candidato a deputado federal. Na mesma entrevista, o ex-prefeito de Linhares anunciou uma troca de comando no partido: por decisão interna, Colnago havia sido destituído da presidência estadual, dando lugar a Neivaldo Bragato.
Desde o início do processo, Colnago vinha afirmando, enfaticamente, que não pretendia e não seria candidato a deputado federal ou estadual e que só topava disputar uma candidatura majoritária. No PSD, jamais encontrou espaço para isso.
Agora, fora do PSD, Colnago não será candidato a nada este ano. Mas, como dito, tudo indica que subirá no palanque de Casagrande e Ricardo – reforçando, ao lado deste último, o time de “dissidentes do hartunguismo”, ou melhor, de políticos capixabas que, preteridos ou desprestigiados no polo dos hartunguistas, acabaram se deslocando para o polo antagônico, liderado pelo atual governador.
FONTE : ES360
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