Calor nas escolas capixabas preocupa parlamentares
As altas temperaturas registradas no Espírito Santo e em todo o Brasil têm preocupado os deputados, sobretudo em relação às condições de ensino para os alunos das redes públicas. A deputada Camila Valadão (Psol) deu destaque ao assunto em seu pronunciamento durante a sessão ordinária da Assembleia Legislativa (Ales), realizada na manhã desta quarta-feira (19).
Fotos da sessão ordinária
“Nós falamos aqui no plenário acerca das altas temperaturas, do calor extremo e dos impactos disso na educação. A gente inclusive ressaltou a necessidade de investimentos mais robustos na climatização das nossas escolas em âmbito estadual e municipal”, alertou a parlamentar.
A deputada citou denúncia que recebeu de uma escola de ensino fundamental da rede estadual, localizada em Cariacica, que estaria aguardando a instalação de ar-condicionado. A manutenção de temperatura adequada na climatização das salas de aula nas unidades de ensino público estaduais é assegurada pela Lei 11.605/2022, de autoria do deputado Gandini (PSD).
Indicação
Camila Valadão afirmou que está preparando uma indicação ao governo com propostas para minimizar o impacto do calor extremo nas escolas. “Eu acho importante cobrar também que a Secretaria de Educação promova medidas preventivas e recomendações, para a gente manter a qualidade no ambiente escolar. E aí eu queria destacar algumas dessas medidas que, inclusive, a gente está estruturando no nosso mandato a partir de um projeto de indicação”, afirmou.
“Primeiro avaliar os horários das aulas. A gente sabe que o período vespertino, em virtude das altas temperaturas, acaba sendo um período que inviabiliza o processo de permanência dos estudantes em sala de aula, ou até mesmo a promover atividades físicas, em virtude da sensação térmica. Como nós falamos aqui, em algumas localidades passa dos 41 graus”, apontou a deputada.
“Uma outra recomendação que considero importante é fazer orientação para as superintendências e para as escolas avaliarem, de repente, estruturando a partir de um manual ou algum instrumento jurídico, mais pausas entre as aulas, liberação para beber água para que a gente mantenha a hidratação dos nossos estudantes, para além da atenção aos sinais de alerta com desidratação e atenção com a alimentação escolar”, complementou a parlamentar.
Sobre a questão da alimentação, a deputada chamou a atenção para o risco de infecções alimentares. “É fundamental uma orientação para que as nossas escolas, do ponto de vista da produção da alimentação, tenham cuidado com essa alimentação escolar”, avaliou.
Valadão também citou as condições para as práticas de atividades físicas nesse período de calor extremo. “Por vezes as escolas estão centradas a partir das normativas para cumprir a grade curricular, os horários de aula, sem se atentar muitas vezes que os horários das atividades físicas podem impactar na desidratação dos nossos estudantes. Então ter atenção com as atividades físicas, principalmente nas áreas externas, no período vespertino, que é o período mais grave”, finalizou.
O deputado Alcântaro Filho (Republicanos) também comentou o assunto e citou um caso específico de uma escola no município de Aracruz. “Nós estamos passando uma onda de calor e tenho recebido muitos relatos de alunos de pais. (…) temos relatos de alunos que foram carregados pelo Samu passando mal”, disse o parlamentar.
“Quero destacar para toda a comunidade escolar do Estado de Espírito Santo, não só de Aracruz, da nossa região, mas de todo o estado. Se tiver qualquer denúncia, se tiver menino passando mal, se tiver condições precárias em relação ao ar-condicionado, porque é questão de humanidade não é luxo, pode nos acionar via redes sociais, via nosso gabinete aqui na Assembleia, que nós vamos fiscalizar”, acrescentou Alcântaro Filho.
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