Camila Valadão destaca lutas da comunidade LGBTQIAP+
O Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAP+, comemorado nesta quarta-feira (28), foi o tema do pronunciamento da deputada Camila Valadão (Psol), durante a sessão ordinária da Assembleia Legislativa. A parlamentar trouxe luz para os problemas enfrentados, sobretudo no Brasil, por essa população, como a baixa expectativa de vida, a luta para se inserir no mercado de trabalho e em espaços sociais e a dificuldade de aceitação das próprias famílias.
“Por que a comunidade LGBTQIAP+ ainda precisa de uma data para afirmar o seu orgulho? Nós vivemos em uma sociedade, e a nossa, a brasileira, é emblemática, coloca essas pessoas como sinônimo de vergonha, ou mesmo de pecado. Essas pessoas não podem assumir, afirmar a sua orientação sexual, ou a sua identidade de gênero, muitas vezes, sem sofrer preconceito e perseguição nos diferentes espaços, na escola, no trabalho, e mesmo nas famílias”, afirmou.
Comunidade trans
A deputada também falou sobre a violência física: “Infelizmente nós ainda vivemos no país que mais mata pessoas LGBTQIAP+ no mundo, em números absolutos. Se a gente considera, por exemplo, a população trans, os dados são ainda mais agravantes. A gente está falando de 90% de pessoas, que precisam, para ter o exercício, pra ter renda, muitas vezes recorrer à prostituição, por falta sim de oportunidade no mercado de trabalho. E por isso que políticas públicas ainda são tão importantes”, argumentou Camila.
“Se a gente considera a expectativa de vida, que para uma parte da população, dependendo das suas condições concretas, (elas) reduzem os índices, os dados, os números. Essa população, por exemplo, tem uma expectativa de vida em nosso país de apenas 35 anos. O que demanda do poder público um investimento em políticas públicas, a valorização e o respeito à diversidade”, complementou a deputada.
Preconceito
Camila lembrou da longa batalha travada pela comunidade para que o termo “cura gay” fosse definitivamente extinto da comunidade médica. “Ainda hoje a nossa sociedade associa essa população a doenças. Existem pessoas que vendem, nos dias de hoje, a cura gay. E pra retirar essa população do famoso CID (Código Internacional de Doenças), nós tivemos uma longa batalha em todo o mundo”, comentou.
“Ainda nos dias de hoje, muitas vezes os discursos, aqui no Plenário, reproduzem essa concepção. Essa população é associada à pedofilia, numa tentativa de criminalizar toda essa comunidade, a partir do seu direito, que deveria ser reconhecido, de existir, de amar e de viver em liberdade”, opinou a parlamentar.
Reconhecimento
Camila citou também a importância do reconhecimento da causa pelos poderes públicos constituídos. “No dia de ontem nós tivemos lá em Brasília, o Palácio do Itamaraty, tivemos também o Palácio do Planalto, com as cores estampadas da bandeira LGBTQIAP+, e eu quero neste dia, que é um dia de luta, um dia de mobilização dessa comunidade, falar da importância dessa pauta”, salientou. “No dia de hoje, não há democracia sem que as diferenças sejam respeitadas”, sentenciou.
O Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAP+ é celebrado em 28 de junho porque a data marca o “Incidente de Stonewall”, ocorrido em de 28 de junho de 1969, quando frequentadores do bar “Stonewall Inn”, em Greenwich Village, Nova York, reagiram pela primeira vez contra as constantes ações de truculência policial contra essa população.
Fonte:Ales
Moderação e Revisão de Conteúdo Geral. Distribuição do conteúdo para grupos segmentados no WhatsApp. Cadastre-se gratuitamente e receba notícias diretamente em seu celular. Clique Aqui