Comissão de Saúde da Ales debate prevenção ao câncer de próstata na Câmara Municipal de Mimoso do Sul

Comissão de Saúde da Ales debate prevenção ao câncer de próstata na Câmara Municipal de Mimoso do Sul

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer de próstata é responsável por 30% da incidência da doença nos homens, com mais de 70 mil casos por ano no Brasil. Com a proximidade do Novembro Azul, mês dedicado à prevenção da doença, a Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa (Ales) realizou, na quarta-feira (25), audiência pública na Câmara Municipal de Mimoso do Sul para tratar do assunto.

“O Novembro Azul fala de prevenção, do diagnóstico precoce do câncer de próstata, da saúde do homem. É uma importante campanha, que visa à vida, que visa ao cuidado de nós homens, que temos tanta coisa envolvida nesse processo. Tantos tabus, tantos medos, tantos receios, que a gente precisa quebrar agora no Novembro Zzul, com foco na vida”, avaliou o presidente do colegiado, Dr. Bruno Resende (União).

O secretário municipal de Saúde de Mimoso do Sul, Eliédson Morini, explicou que a prevenção à doença deve ser incentivada constantemente. “É um tema que é discutido o ano todo (…). A gente percebe que ainda é um tabu enorme, porque os homens não procuram a prevenção”, afirmou.

“Então, neste mês a gente tenta deixar os homens mais à vontade, para que procurem as unidades de saúde. Porque a maioria dos casos de câncer de próstata é descoberta de forma muito tardia e aí não tem tratamento. O tratamento do câncer de próstata tem de ser no início. O nosso pedido é que haja conscientização, para que os homens procurem as unidades de saúde”, apelou o secretário.

O vereador do município Cassiano Mendes (Cidadania) pontuou que a política deve funcionar como um instrumento de transformação. “Através da política a gente pode ampliar esse tipo de serviço, esse tipo de informação, que é a prevenção. É um trabalho muito importante e a gente só tem a agradecer. O nosso município tem uma demanda muito grande na área da saúde e eu tenho certeza de que, com as informações que o deputado traz junto da Comissão de Saúde, a gente só tem a ganhar”, disse.

Protocolo

O presidente do colegiado da Ales falou sobre mudanças no protocolo de prevenção e detecção do câncer de próstata. Dr. Bruno informou que os órgãos competentes já admitem o PSA (sigla em inglês que significa antígeno prostático específico), feito por meio de um exame de sangue, como o principal exame de diagnóstico da doença.

“A recomendação acabou de mudar. O Ministério da Saúde acabou de soltar uma nota há alguns dias. Ontem a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), até provocada pelo nosso gabinete, soltou uma nota oficial para o Conselho Federal de Medicina (CFM) fazendo a recomendação em relação a isso. Então hoje a recomendação da SBU é de que homens de 45 a 75 anos procurem ajuda especializada, sejam encaminhados a um urologista para uma avaliação”, explicou.

“Essa avaliação hoje já é aceita que seja feita apenas com o PSA. E quando esse PSA está alterado e há uma suspeita sintomatológica, aí sim a obrigatoriedade de seguirmos com todo o screening (triagem), como o toque, eventualmente algum exame de imagem, para seguir para a biópsia”, completou o deputado.

O especialista, porém, frisou que essa deve ser uma decisão avaliada caso a caso. “Hoje essa é uma decisão partilhada entre médico e paciente. A SBU recomenda dessa maneira e já é uma recomendação também do Ministério da Saúde e de especialistas nos Estados Unidos e na Europa. Então hoje o PSA é o exame mandatório, mas até o PSA e o toque devem ser discutidos com o seu médico”, pontuou.

“Eu entendo que o PSA é um grande exame e a gente tem evidência robusta para dizer que a pesquisa pelo diagnóstico precoce reduz morte por câncer específico e reduz a doença metastática. Então eu sou defensor, e isso é pessoal, da recomendação que está no papel, até porque, permite que a gente tome decisões pessoais, como eu disse é uma decisão do paciente e do seu médico, compartilhada. O PSA pode ser feito, associado ou não ao toque retal”, concluiu o médico.

Hospital

Dr. Bruno também falou da construção do Hospital do Câncer em Cachoeiro de Itapemirim, que vai atender à Região Sul capixaba. “É a construção de um sonho. A gente está com a mão na massa lá em Cachoeiro de Itapemirim, a obra já está acontecendo, a terraplanagem está avançada, daqui a pouco a gente começa a subir a edificação”, falou o parlamentar sobre a obra do governo do Estado.

“Estamos captando recursos, já temos conversas adiantadas com o nosso governador Renato Casagrande (PSB) e também com a bancada federal, que aportou o primeiro recurso e já garantiu que vai seguir com os investimentos. Então estamos muito motivados com esse projeto. E eu tenho certeza de que daqui a pouco todo esse recurso público vai se traduzir em mais vidas capixabas salvas”, ressaltou.

Segundo Dr. Bruno, o hospital será referência e vai ajudar a promover o desenvolvimento da região. “É um ponto de honra pra mim, que a gente consiga desenvolver a Região Sul. O hospital não significa apenas dignidade para as famílias com pacientes com câncer, ele significa investimento na veia, geração de emprego e renda para uma região que está esquecida do ponto de vista socioeconômico”, comentou.

“A gente tem tido investimentos importantes, mas nós precisamos trazer de novo o protagonismo para o sul do Estado do Espírito Santo, que carece de grandes empresas, de geração de emprego e renda. E quando se fala de um hospital, também associamos à ampliação de serviços e geração de renda, o que é bom demais, porque a gente salva vidas e melhora a vida das pessoas ao mesmo tempo”, finalizou o deputado.

Fonte: Ales