Comissão discute os desafios enfrentados pelo setor de petróleo e gás
Apesar do ambiente positivo para a cadeia produtiva, representantes do segmento apontam mão de obra especializada e infraestrutura como gargalos
Representantes da cadeia produtiva de petróleo e gás participaram de reunião na Assembleia Legislativa (Ales) nesta terça-feira (28) e debateram os desafios e perspectivas do setor. Apesar do consenso acerca das potencialidades, ainda existem barreiras, afirmaram os participantes, ao frisarem aspectos como dificuldades relacionadas à mão de obra qualificada e infraestrutura.
O encontro foi promovido pela Comissão Especial do Petróleo, Gás e Energia, presidida pelo deputado Alexandre Xambinho (Podemos). “Sabemos que o estado do Espírito Santo tem um potencial muito grande no setor de petróleo e gás, mas nós precisamos avançar muito ainda em algumas questões, principalmente na qualificação profissional (…) e na parte de infraestrutura”.
Secretária-executiva do Fórum Capixaba de Petróleo, Gás e Energia, Rubya Salomão, endossou as palavras do parlamentar. “A gente precisa de energia, mão de obra e infraestrutura. Isso atrai as empresas”, avaliou. De acordo com a convidada, essa indústria aposta no estado com mais de R$ 30 bilhões em investimentos.
Sobre a necessidade de profissionais qualificados, Rubya questionou como o terceiro maior estado produtor de óleo e gás do Brasil tem limitações na formação universitária, sobretudo no curso de Engenharia do Petróleo. “Cadê essa mão de obra sendo formada no estado?”. Conforme afirmou, a área de pesquisa e inovação também precisa de estímulos.
O presidente da Mandacaru Energia, Caetano Machado, listou barreiras na infraestrutura que impactam o escoamento. “As estradas estaduais que escoam o nosso óleo aqui no Espírito Santo, muitas ainda são de terra batida. Na época de chuva a gente tem dificuldade de escoamento do óleo”, revelou o engenheiro de Petróleo.
Outra dificuldade citada é com o suprimento de energia elétrica na atividade econômica. “A gente tem quedas e variações de energia elétrica, com isso param os nossos poços, a gente perde produção”, destacou. “No verão, quando todos os aparelhos de ar-condicionado estão ligados, eu tenho dificuldade”, completou.
O fechamento de cursos direcionados para a cadeia produtiva foi criticado pelo presidente da empresa, que disse ter em seus quadros somente engenheiros formados na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Ele cobrou uma reflexão acerca do tema.
Dados
O diretor-geral do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), Pablo Lira, apresentou dados sobre o segmento em terras capixabas. Em 2020, o ES contribuía com menos de 2% da produção de petróleo no Brasil, mas o cenário se reverteu em 2022, quando passou a fornecer mais de 15% – alcançando o segundo lugar nacional, atrás apenas do Rio de Janeiro.
Embora tenha perdido essa colocação e hoje ocupe o terceiro lugar, seguindo São Paulo, há uma perspectiva na prospecção e exploração de novos campos. Lira projetou aumento superior a 80% no número de barris de petróleo/dia produzidos no intervalo de 2023 e 2026. “Temos potencial aqui também para exploração de energias limpas combinadas com a cadeia de petróleo”.
PetroShow 2025
O evento foi palco para o lançamento do Vitória PetroShow 2025, que será realizado entre 8 e 10 de abril. O presidente da Associação Capixaba das Empresas de Serviços de Petróleo (Acespetro), Manoel Passos, apontou a importância da feira capixaba no fechamento de negócios e parcerias na área.
Também participaram da reunião a analista do Sebrae Ana Karla Macabu Sebraes ES; o representante do Crea-ES José Maria Cola; o representante da indústria metal mecânica Luiz Alberto Souza; e o representante da Kerui Petroleum, Pedro Cirino.
Fonte: Assembleia Legislativa
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