Debate sobre Tragédia Ambiental no RS Ganha Destaque no Plenário
Parlamentares se solidarizaram com a população e fizeram minuto de silêncio em memórias das vítimas dos temporais que atingem o estado desde a semana passada
Vários parlamentares manifestaram solidariedade à população do Rio Grande do Sul em seus discursos durante a sessão ordinária desta segunda-feira (6). A tragédia ambiental provocada pelas inundações afeta mais de 300 municípios. Outro tema tratado pelos deputados foi a campanha salarial dos servidores estaduais, que pleiteiam 14,38% de reajuste contra os 4,5% propostos pelo governo.
Logo no início da sessão vários deputados se manifestaram e solicitaram minuto de silêncio, em respeito às vítimas da tragédia climática. O primeiro a falar foi o deputado Tyago Hoffmann (PSB), presidente da Comissão de Finanças, lembrando que o governo do Estado enviou 30 bombeiros militares e equipamentos para o auxílio ao povo do Rio Grande Sul. O deputado Dary Pagung reforçou a solidariedade de seu colega de partido.
O mesmo foi feito pelo deputado Lucas Polese (PL), que conclamou as pessoas a contribuir com ajuda financeira às entidades e igrejas que estão trabalhando no socorro às vítimas.
Tragédia ambiental
Os pronunciamentos em solidariedade ao estado do Rio Grande Sul continuaram na fase das comunicações. A tragédia ambiental que atinge mais de 300 municípios gaúchos já provocou dezenas de mortes, contabiliza centenas de desaparecidos, além de milhares de desabrigados.
O deputado João Coser (PT) prestou solidariedade à população do Rio Grande do Sul, que passa por um período de tragédia e de calamidade pública por conta das fortes chuvas, enchentes e rompimento de barragem. Segundo Coser, quase 1 milhão de pessoas estão afetadas pela tragédia.
“Eventos climáticos de grande proporção estão ocorrendo com cada vez mais frequência. Isto é fruto do comportamento do homem. Tivemos essa situação perto de nós, em Mimosos do Sul”, lembrou o petista.
Coronel Weliton (PRD) também mencionou o apoio do governo do Espírito Santo, com o envio de bombeiros e equipamentos aos locais afetados, mas sugeriu o reforço com mais servidores para ampliar a ajuda ao estado gaúcho.
A deputada Camila Valadão (Psol) citou os impactos sociais, econômicos e ambientais da tragédia. Ela considera que nas Casas Legislativas prevalece o negacionismo ambiental, por meio da flexibilização das legislações de defesa ambiental. No caso do Espírito Santo, manifestou preocupação, por exemplo, com as grandes áreas de plantio de eucalipto.
“Os eventos climáticos extremos serão cada vez mais frequentes e o negacionismo prevalece em Casas Legislativas e em administrações em diferentes âmbitos do país. Nesta Casa, recentemente, foi aprovada a lei que flexibiliza os critérios de licenciamento ambiental. É o desmatamento que prevalece, é o avanço do agronegócio sobre as nossas águas e matas. Temos a Região Norte altamente ocupada por eucaliptos e isso impacta do ponto de vista ambiental”, apontou Camila.
Reajuste salarial
A campanha salarial e a reposição de 14,38% para os servidores públicos, e não apenas 4,5% como propõe o governo do Estado, foi pauta em discursos de vários deputados. O deputado João Coser falou sobre a campanha dos servidores por reajuste salarial anual diferente do que está sendo proposto pelo Executivo, que é de 4,5%.
Ele se soma ao pedido dos sindicatos por uma reunião com o governador Casagrande para negociar um reajuste maior para os funcionários públicos estaduais. “Estou reivindicando ao governo do Estado que faça atendimento aos servidores e ouvir as suas reivindicações”, propôs Coser.
O deputado Coronel Weliton (PRD) reforçou o discurso de Coser e apoiou as reivindicações dos funcionários públicos. Ele pediu que o reajuste seja estendido também aos servidores militares pensionistas e da reserva e que esse benefício não seja concedido por meio de decreto, mas sim com os outros segmentos do funcionalismo.
“Reconhecemos como legítimas todas as reivindicações feitas pelas associações e sindicatos que estão presentes em nossa galeria. Estiveram aqui e formalizaram um pedido para que nessa revisão geral anual o governo se atentasse ao índice de 14,38%. Essa revisão geral anual não tem nada a ver com o aumento salarial dos servidores, mas apenas as perdas inflacionárias de um período. Só vale a pena o desenvolvimento do Estado se o servidor estiver em primeiro lugar”, assegurou o deputado.
Camila Valadão lembrou que o índice de 14,38% refere-se às perdas dos anos de 2020 a 2023. Ela reivindica o diálogo e que se chegue a um índice justo, e disse que 4,38% sequer chega ao índice de inflação, o IPCA.
“Uma luta em defesa de valorização e principalmente de diálogo. Governador Renato Casagrande, reabra o diálogo com o sindicato e as entidades representativas dos servidores de nosso estado. Estão aqui que ajudaram na eleição do governador por acreditar, por apostar que seria o melhor projeto político de diálogo em nosso estado. Esperamos que o governador e os secretários reabram o diálogo e apresentem os estudos feitos para anunciar o índice de 4,5%”, solicitou Camila.
O deputado Engenheiro José Esmeraldo (PDT) também falou na tribuna sobre a campanha salarial dos servidores. “(…) Para resolver tem que ser com o governador, com o chefe da Casa Civil. Conversem no local certo, entendam que a solução do problema não é aqui”, esclareceu.
Em aparte, Sergio Meneguelli (Republicanos), defendeu que os servidores tenham algum ganho real e ressaltou o papel do Parlamento na interlocução com o Executivo. “Acho que o governador poderia, sim, ceder”, registrou.
Fonte: Assembleia Legislativa
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