Devanir Ferreira aponta números crescentes da violência no ES e surpreende durante discurso
Devanir Ferreira, voltou a apontar números altos de violência no Espírito Santo, nesta segunda-feira (21), na Câmara Municipal de Vila Velha.
Devanir iniciou o discurso com um levantamento da situação atual.
“Vou tentar desenhar a situação da segurança pública no Espírito Santo para que o governo do Estado entenda que não temos motivos para comemorar os 164 assassinatos registrados em janeiro e fevereiro deste ano e muito menos teremos o que celebrar em março, mês das mulheres, que já registrou barbaridades contra as elas tanto na Grande Vitória quanto no interior do Estado.
Neste fim de semana, três fatos chocaram a sociedade neste fim de semana, três feminicídios e uma tentativa de feminicídio.
O primeiro foi contra uma mãe e suas duas filhas esfaqueadas dentro de casa pelo marido da mulher e padrasto das jovens, a modelo Angélica Oto Hammer, de 24 anos, que morreu dentro da casa e a outra filha, Fernanda Oto Hammer, uma adolescente de 16 anos, que morreu no hospital depois de receber golpes de facão.
O caso aconteceu ontem em Santa Maria de Jetibá. A mãe está internada em estado grave.
Em Cariacica, um homem se entregou à polícia no sábado e confessou ter matado a esposa. Jocimar Fernandes Quirino, de 37 anos, admitiu ter estrangulado Daniela Oliveira Leão no dia anterior; ele era o suspeito pelo crime e foi levado ao Centro de Triagem de Viana. O corpo foi encontrado pelo filho de 10 anos.
Na madrugada do primeiro sábado de março, cidades do interior ficaram manchadas de sangue em uma única noite. Foram quatro mortes violentas em Linhares, Sooretama, Rio Bananal e Colatina, no Norte e Noroeste do Estado. E na região Sul, em Cachoeiro de Itapemirim, um adolescente de 17 anos foi morto no meio da rua, com seis tiros, mas o governo comemora o fato de fechar o primeiro bimestre com menor número de assassinatos em 26 anos.
Devanir ainda citou números na Grande Vitória.
Em Cariacica, uma jovem foi agredida com o filho de 3 anos no colo pelo vizinho que estava esperando a vítima no portão com uma faca e um garfo na mão. Ela disse que ele não falou nada, apenas foi para cima dela para agredi-la. A mulher foi ferida nos braços, no pescoço, na mão e no pé. Segundo a mulher, o homem teve uma crise de ciúmes.
Ainda em Cariacica, um homem foi morto a tiros por 10 criminosos armados e encapuzados, na frente das crianças e dentro de casa. Os assassinos invadiram o imóvel e dispararam contra ele. Mas o Estado comemora a redução de crimes.
Em Vila Velha, o índice de assassinatos aumentou 156% nos dois primeiros meses de 2022. O principal motivo é a guerra do tráfico de drogas que coloca frente a frente, facções rivais de bairros vizinhos.
Na Serra, uma mãe, grávida de oito meses, matou um dos filhos, um menino de 7 anos, e o escondeu debaixo da cama enrolado em um lençol porque planejava se livrar do corpo. A mulher confessou ter matado o filho porque ele era “muito rebelde”. No momento em que foi encontrada, ela caminhava com um outro filho, de 5 anos. Até essa aberração estamos vivendo enquanto tem gente achando que a violência diminuiu.
Em Vitória, cinco homens entraram em um bar atirando, provocando correria e desespero em quem estava no estabelecimento assistindo jogo de futebol. Um rapaz foi baleado e o chão ficou repleto de cápsulas disparadas e vidros quebrados.
A mesma situação ocorreu na Serra com pancadaria, pauladas na cabeça e muita briga entre torcedores.
Para o vereador o governo não tem o que comemorar.
“Enquanto tudo isso acontece, o governo do Estado considera algo histórico superar os resultados de 2020 e 2019, que eram os melhores, com 192 e 197 mortes violentas. Ainda que alguma estatística mostre redução na violência isso nunca seria motivo de comemoração, porque a obrigação do Estado é prevenir, conter e enfrentar a criminalidade.
“Sempre haverá motivos para avançar no controle e eliminação de assassinatos no Estado, mas tem gente que faz vista grossa para realidade e apresenta um mundo de fantasia, por coincidência em pleno ano de eleições. Não dá para festejar com tanta gente sendo agredida e morta em terras capixabas”. Encerrou.
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