Eleições 2022: Coronel Ramalho quer disputar o Senado
O secretário estadual da Segurança Pública, coronel Alexandre Ramalho, deixa o posto no próximo dia 31 para ser candidato nas eleições de outubro. Ele vai alinhar com o governador Renato Casagrande em qual sigla vai entrar e qual cargo vai disputar, mas já adianta que sua pretensão é disputar a única vaga do Senado que está em jogo nesse ano.
“Vejo uma perspectiva melhor para o Senado. Meu projeto não é um projeto a curto prazo, tenho visto dificuldade de alguns deputados federais de alavancar alguns projetos e quando fala de um projeto sensível e problemático como é o da segurança pública, precisa de um prazo maior para discutir com a sociedade, saber onde que pode melhorar, tanto para a sociedade quanto para o operador de segurança pública, que sofre com esse ‘prende e solta’. Isso que me atrai, poder discutir a segurança pública a longo prazo, porque isso não será resolvido só em quatro anos”, disse Ramalho à coluna “De Olho no Poder”.
Questionado se a entrada de mais um nome na disputa pelo Senado pelo grupo de Casagrande não causaria ainda mais embaraços ao governador, Ramalho disse que tudo será negociado. “Vou conversar com o governador, até porque a gente tem um projeto junto que é o programa Estado Presente, a gente pensa de forma igual na segurança pública, jamais entraria agora em rota de colisão com ele (Casagrande), mas meu projeto é esse (Senado). É uma construção, vamos conversar com o governador e outros atores para tentar viabilizar isso a partir do dia 1º. Hoje ainda sou secretário de segurança, meu último dia de trabalho será dia 31”, afirmou.
Ramalho não diz ainda para qual legenda irá. Em novembro, quando admitiu à coluna que poderia disputar as eleições desse ano, duas legendas estavam com conversas aprofundadas com o secretário: o Podemos e o PSL – que fundiu com o DEM e virou União Brasil. Como o União mudou de comando, o Podemos tem mais chance de ser o futuro abrigo do secretário.
Em entrevista o presidente estadual do Podemos, Gilson Daniel, disse que poderia indicar um nome para a vaga de Senado na chapa de Casagrande, sem dizer quem. Gilson é secretário de Planejamento e faz parte da cúpula do governo estadual. Mas não é só o Podemos que está de olho nessa vaga.
O PP, que também tem um secretário no governo – o presidente estadual da legenda, Marcus Vicente, está à frente da pasta de Desenvolvimento Urbano – e é também aliado de primeira hora, também já cobrou o apoio de Casagrande para indicar nome ao Senado. E a cobrança veio do presidente da Câmara Federal, Arthur Lira. O PP indicaria para a vaga o deputado Josias da Vitória.
O MDB, presidido pela senadora Rose de Freitas, que é hoje a dona da vaga e pretende disputar a reeleição, também espera contar com o apoio do governador. A disputa está acirrada.
Os cotados para a Sesp
Coronel Ramalho se esquivou de dizer quem irá substituí-lo no comando de uma das pastas mais sensíveis da gestão. A coluna, porém, apurou, que dois nomes despontam nos corredores do Palácio Anchieta como cotados para a vaga: o do delegado-geral da Polícia Civil, José Darcy Arruda, e o do comandante-geral do Corpo de Bombeiros, Coronel Cerqueira.
Os dois contariam com apoio de outros secretários da cúpula do governo, com peso igual. Questionado sobre a possibilidade de ser um dos dois a sucedê-lo, Ramalho disse: “O governador ainda não tomou essa decisão. Todos são excelentes gestores, mas fica ruim eu opinar qualquer coisa, porque causa uma situação constrangedora para quem está hoje trabalhando. O governador sabe quem tem o perfil ideal e quando tomar a decisão, todos nós vamos respeitar”, disse Ramalho.
Reprodução: Folha Vitória
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