Encerramento de ciclo da Escola de Formação Política celebra a formatura de 300 alunos
Com o Plenário Dirceu Cardoso lotado, aconteceu a cerimônia de encerramento da Escola de Formação Política para Jovens, realizada na manhã desta quinta-feira (23). O evento reuniu, além dos estudantes, prefeitos, vereadores, professores e coordenadores do curso, iniciativa da Assembleia Legislativa (Ales). No total, cerca de 300 alunos concluíram a formação.
Na abertura do evento, o presidente da Ales, deputado Marcelo Santos (União), fez um balanço do projeto: “O curso por si só já é um resultado positivo. A participação de pessoas de todas as idades é mais positiva ainda. Essa iniciativa, construída a várias mãos aqui na Assembleia, liderada pela Secretaria da Casa do Municípios, mas com a participação de vários atores aqui do Poder Legislativo e de outros Poderes”, afirmou o presidente.
As aulas tiveram início em maio deste ano, com uma carga horária de 80 horas. Os participantes do curso aprenderam sobre políticas públicas envolvendo educação, direitos humanos, segurança pública, ética, responsabilidade fiscal e gestão pública, entre outros temas.
“É fundamental você ter o mínimo de noção de gestão pública, e a formação política vai dar a noção exata para quem está participando desse curso, do papel de cada um. Qual é o papel do vereador e a importância dele na vida das pessoas lá na cidade? De igual forma, qual é o papel do prefeito e a importância dele na cidade? Não é diferente da Assembleia Legislativa, não é diferente do governo do Estado, não é diferente do governo federal e do Congresso Nacional”, pontuou Marcelo.
O presidente da Ales defendeu a ideia de que não há nação que prospere sem a participação efetiva da sociedade nos debates. “Essa é a mais importante entrega que nós já fizemos aqui. Não há nenhuma nação no mundo que prosperou sem a participação da sociedade”, disse. “Então, a participação de vocês, enquanto sociedade nos debates, é de fundamental importância”, completou.
Ampliação do projeto
Ao final de sua fala, Marcelo anunciou que a Ales pretende dar continuidade à Escola de Formação Política para Jovens. “Nós queremos ampliá-lo, torná-lo inclusive na próxima versão híbrido, para que as pessoas que não têm condição de participar por conta de outras atividades, possam participar nesse formato híbrido, ou seja, presencial e virtual”, afirmou.
Marcelo também disse que a Ales conseguiu, junto ao Ministério da Educação (MEC), a autorização para oferecer pós-graduação por meio da Escola do Legislativo. As aulas serão voltadas para servidores e para o público em geral, de maneira gratuita. “(…) nós estaremos discutindo qual será, ou quais serão os cursos que nós estaremos colocando à disposição dos servidores, porque é uma forma de nós capacitarmos os servidores e também os cidadãos fora do Poder Legislativo”, informou.
Casa dos Municípios
Coube à Secretaria da Casa dos Municípios coordenar a Escola de Formação Política para Jovens, com apoio da Escola do Legislativo. A secretária da Casa dos Municípios, Joelma Costalonga, lembrou o educador Paulo Freire em sua fala. “O que nasce aqui hoje não é só a entrega de um diploma, mas é a certeza de que a juventude é capaz de esperançar. E eu vou parafrasear Paulo Freire: ‘é preciso ter esperança, mas esperança do verbo esperançar, porque há quem tenha esperança do verbo esperar, esperançar é se levantar, esperançar é ir atrás, esperançar é construir, é não desistir’”, citou a secretária.
Joelma incentivou os formandos a olharem para os problemas da sociedade com coragem e a buscarem soluções. “E foi isso que nós fizemos juntos, aprendemos a esperançar, a olhar os problemas do nosso tempo com coragem, acreditar que a política deve ser um instrumento de transformação, de justiça e principalmente de amor ao próximo”, ressaltou.
Palestra
O diretor institucional da XP Investimentos, Rafael Furlanetti, realizou a palestra sobre empreendedorismo e gestão pública. O palestrante citou pesquisas que apontam que 70% dos brasileiros não se lembram em quais candidatos votaram para os cargos legislativos nas eleições de 2018 (para deputados e senadores) e 2020 (vereadores). E reforçou a importância do engajamento da sociedade na política.
“Não adianta nada a gente ficar reclamando sem participar do processo político. Nos Estados Unidos, a disciplina, a forma que a pessoa participa da política é bem valorizada, inclusive, para você entrar numa universidade, as pessoas perguntam o que você faz pela sua comunidade. Não tem exemplo nenhum de países que se deram bem no mundo onde a população não se envolve no processo político”, argumentou.
“Para fazer política você não precisa ser político. Tem que questionar, participar, dialogar, e um curso de formação como esse aproxima tanto gestores públicos quanto gestores privados. (…) Quanto mais o setor público estiver organizado, o setor privado será melhor, um depende do outro. E esse diálogo de estar todos na mesma mesa é importante. A gente não pode estar de um lado quem faz, do outro lado quem regula, sem conversar. Senão a gente faz um monte de regulação que não funciona nem para quem regula, nem para quem é regulado”, pontuou o convidado.
Acesso à informação
Furlanetti citou casos de sucesso de pessoas que empreenderam com o auxílio da tecnologia, sobretudo da internet. “Então, o que a internet fez com a gente, essa democratização da informação, é algo que nos deixou mais próximo de dar o próximo passo, porque você nivelou a informação entre todo mundo. (…) O que a tecnologia trouxe para a gente é muito bonito”, revelou.
“Eu conheci muitos empresários no Brasil, no mundo, pela profissão que eu tenho. Uma característica muito importante de todos eles é que eles servem as pessoas. Ninguém que ficou bilionário no Brasil, criou uma empresa, criou assim, pensando em fazer isso para ficar rico. Não, criou para resolver um problema e com isso servir às pessoas”, ilustrou Furlanetti.
O gestor da XP Investimentos reforçou o papel da sociedade nas decisões políticas e apontou os resultados de um possível afastamento da população do processo democrático. “A gente passou por uma grande crise, vocês vão se lembrar, quando a população se afastou do processo político. Você teve uma série de operações contra a corrupção, você teve uma crise muito grande institucional no país, a economia caiu 10%, a inflação subiu, impactou a vida de todos nós aqui. Então isso mostra que o custo da omissão, de não participarmos do processo político, ele é muito alto para todos nós, estejamos a gente na vida pública ou não”, frisou.
O palestrante ilustrou a forma como o cidadão deve começar a participar do processo de mudança, iniciando pelo seu entorno. “Parece que é um pouco complexo isso, como é que eu vou influenciar o lugar que eu vivo? Começa no seu bairro, começa no seu município, começa no Rotary Club, no Lions Club, na associação de classe, na associação de bairro, chamando todos os representantes que pediram voto no seu bairro, pedindo esclarecimento, questionando”, afirmou.
“Dessa forma vocês vão cada vez mais construindo o bairro que vocês querem, a cidade que vocês querem, o estado que vocês querem e, quem sabe, o país que vocês querem. Só com essa participação que a gente vai poder chegar lá, não tem muita mágica”, concluiu o empresário.
Alunos
Aluno do curso, o estudante Pedro Silva Rigotti, de 18 anos, afirmou que as aulas mudaram a sua percepção política. “A avaliação que eu faço desse curso é que ele foi nota 10, eu gostei muito. Eu percebi que a minha percepção sobre a política mudou muito. Eu consegui entender em quais áreas a gente como cidadão atua e quais áreas os políticos também atuam para poder ajudar a gente a criar uma sociedade mais igual”, revelou o jovem.
Na opinião do estudante, a polarização política, pela qual o país atravessa, pode de certa forma incentivar o engajamento das pessoas mais jovens na política. “Na verdade eu já gostava da área da política porque na minha família já tem esse ensinamento de sempre querer aprender mais. E eu acredito que hoje em dia, na era que a gente está vivendo, dessa polarização, os jovens, mais do que nunca, precisam aprender a ter essa criticidade e ter a sua opinião própria”, disse.
“Eu acho que nas escolas falta um pouco mais desse debate crítico, de poder levar os alunos a quererem pensar mais fora dessa bolha social, desse efeito manada de ou você é partido tal ou você é outro partido. Então, se as escolas abordassem mais esses temas, eu acho que os jovens seriam cidadãos mais presentes na sociedade”, opinou.
Pedro lamentou a falta de representatividade de jovens na política. “Nós poderíamos ver nas escolas até novos políticos na minha idade, no Congresso, nas câmaras e assim a política ia ficar mais com a cara da atualidade, dos jovens atuais porque, querendo ou não, eu me questiono por que não tem pessoas da minha idade legislando, regulamentando as leis”, ponderou. “Eu, com certeza, vou votar bem melhor depois desse curso e incentivo outras pessoas a votarem também melhor baseadas naquilo que elas acreditam como bem comum para a sociedade”, finalizou o estudante.
Já a aluna do curso Maithê Soares, também de 18 anos, pontuou que viu nas aulas uma oportunidade de compreensão de seu papel social. “Eu tenho certeza de que esse curso veio para trazer a oportunidade de aproximar a nossa juventude, de cumprir esse papel de cidadania, de ser mais presente, de ser participativa, até porque quando a educação vem pra transformar a juventude, ela consegue transcender e passar para as outras gerações”, avaliou.
“Eu acho que depois desse curso, desse conhecimento que eu tive, mudou tudo na minha percepção. Vejo onde eu estava falhando no meu papel de cidadã, de ser mais participativa, onde eu posso colaborar, é aquela questão dos direitos e deveres”, acrescentou.

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