Encontro simbólico entre Roberto Rangel e Duda Zanotti e a disputa pelo poder no Norte do ES

Na efervescente política do Norte do Espírito Santo, o encontro entre Roberto Rangel — ex-vereador e candidato a prefeito de Aracruz em 2024 — e Duda Zanotti, atual prefeito de Ibiraçu, chama atenção e revela um mensagem importante por trás do registro fotográfico para as redes sociais. Ele desnuda a fragmentação e a disputa interna da direita na região, onde vaidades, ambições pessoais e disputas partidárias travam uma guerra silenciosa, que prejudica o eleitor e enfraquece a representação política local.
Roberto Rangel, mesmo sem mandato e com votação modesta, mantém um núcleo pequeno, mas fiel de apoiadores em Aracruz, que ainda apostam em sua capacidade de retomar protagonismo ao menos como vereador.
Duda Zanotti, por sua vez, governa Ibiraçu com o apoio de uma base partidária heterogênea, incluindo o MDB do vice-prefeito e o Republicanos — partido ao qual também está ligado Alcântaro Filho, ex-vereador e deputado estadual com passagem por Aracruz, que tem um histórico conflituoso com Rangel. E, o MDB, declara seu apoio a Naciente Vicente, que não se elegeu por uma mínima diferença.
Para completar, o cenário político estadual caminha para uma eleição de governo em 2026 que promete ser uma batalha acirrada entre nomes como o senador Marcos do Val (Podemos), que tenta se firmar como principal candidato, e o MDB, Republicanos e outros grupos tentando emplacar suas estratégias. Mas, fazer a separação dos “Cabeças de Chapa” agora por siglas partidárias, seria muito precoce.
O nome que se mantém é Ricardo Ferraço, atual vice governador.
Aracruz está muito bem com a vizinhança e o prefeito Dr. Luiz Carlos Coutinho (PP) mantém um comando sólido, Com o secretário renomado e preparado Saulo Meireles e a secretaria de ções estratégicas de Governo sob Jeesala (MDB), e uma base parlamentar organizada em torno de nomes como Mônica Cordeiro (líder do governo, MDB) e Jean Pedrini (presidente da Câmara, PP). Esse equilíbrio interno contrasta com a turbulência política que se observa na direita regional, onde personidificar e vaidades parecem pesar mais que a construção de um projeto coletivo.
Não é novidade para quem acompanha a política capixaba que essa disputa entre figuras como Roberto Rangel para assembleia, Duda Zanotti, Alcântaro Filho e Erick Musso (disputa novamente para senador) — outro ex-vereador e líder do Republicanos — carrega o risco de diluir esforços e perder a confiança do eleitor, que já está cansado de brigas internas.
O cientista político Carlos Melo alerta:
“A fragmentação da direita, somada a disputas pessoais, compromete não só a governabilidade como a própria essência da representação democrática.”
Além disso, a crescente influência da chamada direita cristã na política traz um ingrediente perigoso para o caldo: a mistura entre política e religião. Isso gera um ambiente onde quem fala mais alto não é necessariamente quem tem a melhor proposta para a população, mas quem se mostra “mais fervoroso” ou “mais fiel”.
A jornalista Miriam Leitão já deixou claro que “confundir fé com política é um caminho perigoso que distorce o papel público e enfraquece o diálogo democrático.”
Essa situação que disputa por cargos, é um sintoma de vaidades que alimentam divisões e prejudicam a construção de uma política responsável e voltada para os reais problemas da região.
Enquanto isso, o eleitor do Norte do Espírito Santo assiste a uma disputa que lembra a metáfora da curva política: alguns tentam fazer “curvas mais abertas”, outros “mais fechadas” ou até “acentuadas para a esquerda”, sempre buscando o “politicamente correto” dentro da direita, mas esquecendo que o que importa é o caminho, não o estilo da curva.
Como disse o ex-presidente Ulysses Guimarães, símbolo da redemocratização:
“A política não é para vaidosos, mas para aqueles que têm compromisso com o povo.”
É urgente que os líderes da direita capixaba resgatem esse compromisso, deixando de lado vaidades e disputas estéreis, para que possam apresentar uma alternativa consistente e confiável para o futuro da região.
O desafio está lançado. Cabe a eles escolher entre seguir nessa disputa infrutífera ou construir uma política que realmente represente os interesses da população do Norte do Espírito Santo. A única afirmação que podemos nos permitir é que cabeças de partidos vão rolar!
Ou seria partidos vão se afundar?

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