Eugênio Ricas seguirá na polícia federal

Numa postagem em sua página do Instagram, o superintendente da Polícia Federal no Espírito Santo, delegado Eugênio Ricas, sinalizou que não deixará a corporação para entrar na política. A postagem foi feita na noite desta quinta-feira (24), numa solenidade em Brasília, onde Ricas está para um encontro com diretores e superintendentes da PF.

Na legenda de uma foto tirada no hangar do Comando de Aviação (CAV) da Polícia Federal em Brasília, em frente ao novo jato Embraer-175 da corporação, Ricas escreveu: “Depois de dois dias de reuniões entre os diretores e superintendentes da PF, encerrei a quinta-feira na solenidade de entrega de mais um jato que passa a compor a frota da PF. Sigo animado demais e com muita disposição para continuar contribuindo com a Polícia Federal e com a segurança do nosso ES e do nosso país”.

Nos comentários, muitas reações de palmas, de pedidos para que Ricas venha como candidato a governador e outros afirmando que, por esse motivo, ele não deveria ser candidato. Até o final da noite de ontem, ele não havia respondido a nenhum comentário. Questionado pela coluna se a postagem seria um sinal sobre sua decisão com relação a um possível futuro político, Ricas não respondeu.

Em entrevista a um programa que foi ao ar no dia 10, o delegado admitiu a possibilidade de se desincompatibilizar do comando da PF para disputar o governo do Estado. Ele disse, na ocasião, que foi convidado por quatro partidos. O PSD, porém, teria garantido dar a legenda a Ricas para a disputa.

De lá pra cá as negociações esfriaram, principalmente porque dirigentes – e agora ex-dirigentes – da sigla começaram a colocar entraves para sua entrada, como a questão dele ter que levar candidatos para ajudar a formar a chapa federal. Por último, o partido propôs que Eugênio e o prefeito de Linhares, Guerino Zanon – que busca um partido para ser candidato ao governo –, se filiassem e que fosse definido qual dos dois disputaria o governo num segundo momento, nas convenções.

A proposta não teria sido aceita por Ricas, que desanimou de concorrer. Ele também teria ficado bastante frustrado e decepcionado com as tratativas e com algumas lideranças políticas. Mas, até então, ele não deu sua palavra final. Pela legislação, ele tem até o dia 1º de abril para decidir.

A dificuldade na montagem da chapa fez com que o então presidente estadual do PSD, Neucimar Fraga, saísse do partido. Ontem, Neucimar se filiou ao PP, em Brasília, ao lado de caciques da sigla e do ministro das Comunicações, Fábio Faria. O PSD agora deve ser comandado por Zé Carlinhos, braço direito do ex-governador Paulo Hartung – um dos incentivadores da candidatura de Ricas. A postagem do delegado foi a primeira desde que os desentendimentos com o PSD começaram.

 

Reprodução: Folha Vitória