Governo do ES cria comitê para avaliar impactos de tarifa dos EUA sobre produtos brasileiros

O governador Renato Casagrande anunciou, nesta terça-feira (22), a criação de um comitê estadual com o objetivo de dialogar com os setores impactados pela tarifa de 50% imposta pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a produtos brasileiros.
Segundo Casagrande, o grupo será responsável por avaliar os impactos na economia capixaba, na arrecadação estadual e acompanhar as medidas que deverão ser anunciadas pelo governo federal.
“A nossa tarefa é somar forças para que essa decisão seja revista e, caso contrário, possamos adotar ações que reduzam os impactos para a população capixaba”, afirmou o governador.
Um estudo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) estima que a nova taxação pode provocar uma retração de 0,25% no Produto Interno Bruto (PIB) do Espírito Santo, o que representa cerca de R$ 605 milhões no primeiro ano de vigência da medida. O Estado é o sétimo mais impactado proporcionalmente e o 11º em números absolutos.
Dados da Secretaria de Comércio Exterior indicam que 28,5% das exportações capixabas têm como destino os Estados Unidos, o que coloca o Espírito Santo como o segundo estado mais vulnerável à nova tarifa, atrás apenas do Ceará.
O vice-governador Ricardo Ferraço, que coordenará o comitê, destacou que o Espírito Santo possui uma economia fortemente dependente do comércio exterior e que os setores de rochas ornamentais, siderurgia, papel e celulose, além de produtos do agronegócio como café, frutas e macadâmia, podem ser severamente afetados.
“O tarifaço imposto é muito ruim para o Brasil e especialmente para o Espírito Santo. Temos uma das economias mais abertas do país. Com esse comitê, vamos estar próximos dos segmentos produtivos, entender com precisão os impactos e definir medidas para mitigar os efeitos”, afirmou Ferraço.
Entre os objetivos do grupo estão ouvir empresários e representantes das indústrias afetadas, avaliar os reflexos da tarifa nas receitas estadual e municipais e estudar ações que possam amenizar os impactos econômicos e sociais, especialmente sobre a manutenção de empregos e a continuidade das políticas sociais.
O comitê será formado por representantes das secretarias de Desenvolvimento (Sedes), Fazenda (Sefaz), Casa Civil (SCV), Economia e Planejamento (SEP), além da Procuradoria-Geral do Estado (PGE), Banestes e Bandes.

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