Líder do PSDB alvo de Ciro Nogueira no STF, fala sobre ‘retaliação política’

Líder do PSDB alvo de Ciro Nogueira no STF, fala sobre ‘retaliação política’

O senador Izalci Lucas (DF), líder do PSDB no Senado, reagiu nesta quinta-feira, 26, à notícia-crime protocolada contra ele no Supremo Tribunal Federal (STF) pelo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira. Como mostrou VEJA nesta quarta-feira, Nogueira acusa Izalci de crimes de abuso de autoridade e denunciação caluniosa em função de um complemento de voto apresentado pelo tucano à CPI da Pandemia, em que ele ligou caciques do PP, incluindo o ministro, a um esquema de corrupção na Secretaria de Saúde do Distrito Federal. Izalci Lucas classifica a ação como “retaliação política” e tentativa de “desestabilizar” sua candidatura ao governo distrital.

“A representação do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, perante o Supremo Tribunal Federal contra o meu trabalho na CPI da Covid-19 é uma retaliação política ao trabalho de fiscalizar a aplicação do dinheiro público na pandemia e uma tentativa de desestabilizar a minha candidatura ao Governo do Distrito Federal. É também um sinal de que as investigações precisam ser aprofundadas, conforme sugeri”, diz o líder do PSDB, por meio de nota.

No comunicado, Izalci Lucas afirma que a Operação Falso Negativo, cujas investigações baseiam suas acusações contra Ciro Nogueira, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), “reafirmam a gravidade dos fatos relatados no voto apresentado à CPI da Covid”. Ele diz esperar que a notícia-crime seja arquivada.

A operação mirou compras sob suspeita, feitas sem licitação, que totalizavam 73 milhões de reais em testes para detecção da Covid-19 pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal. O então secretário de Saúde distrital, Francisco Araújo Filho, foi preso na operação. Segundo Izalci, Araújo teria relação com um lobista “próximo a Ciro Nogueira”.

Na petição ao STF, os advogados do ministro da Casa Civil lembram que Izalci Lucas deve ser candidato ao governo do Distrito Federal e sustentam que as acusações feitas por ele contra Ciro Nogueira buscam “satisfazer interesse político” e “autopromoção política”, baseadas “em meras suposições sem qualquer lastro nas provas produzidas tanto durante o inquérito parlamentar, quanto na Operação ‘Falso Negativo’”. A notícia-crime ainda diz que Izalci não era membro da CPI e que, para apresentar voto em separado, deve-se usar apenas provas reunidas pela comissão.

A sugestão de complemento de voto ao relatório da CPI apresentada por Izalci Lucas não chegou a ser votada na comissão.

 

Fonte: Veja