Nomeado novo chefe da PF-ES, delegado com experiência na Operação Lava-Jato
O delegado federal Márcio Magno Carvalho Xavier foi nomeado nesta quinta-feira (02) para assumir a Superintendência da Polícia Federal no Espírito Santo.
O delegado estava à frente da Delegacia da PF em Sorocaba (SP), onde atuou por um ano, e assume o lugar deixado pelo delegado Eugênio Ricas, que está à frente da Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp). O delegado Arcelino Vieira, que respondia interinamente pelo cargo, volta para a Delegacia Regional de Polícia Judiciária.
Xavier é formado em Direito, tem pós-graduação em Direito Processual Civil e MBA em Direito Empresarial. Já atuou em São Paulo, no Rio de Janeiro e no Amazonas.
Tem cursos, de fora do País, na área de combate ao crime organizado transnacional e já fez treinamento no FBI – agência de inteligência e segurança dos Estados Unidos.
Entre 2016 e 2017 atuou na Corregedoria-Geral da Polícia Federal e investigou supostas fraudes cometidas no escopo da Operação Lava-Jato, que culminou com a prisão do presidente Lula.
SUSPEITA DE IRREGULARIDADES
De acordo com reportagem da Folha de São Paulo, em setembro de 2016, Xavier pediu a abertura de um inquérito policial para investigar supostas irregularidades, por parte de policiais federais, em diligências no início da operação Lava-Jato. Ele chegou a pedir quebra de sigilo de integrantes da PF.
De acordo com a reportagem, o inquérito era sobre a suspeita de conduta ilegal de integrantes da PF em 2014 “por terem supostamente utilizado Meire Poza, que havia sido contadora do doleiro Alberto Youssef, como ‘agente infiltrada’ de maneira informal, colhendo informações por meio de documentos e de gravações”.
A apuração aponta ainda a possibilidade de ter havido uma busca e apreensão falsa no escritório de Meire para “esquentar” as provas entregues por ela para que pudessem ser usadas em ação penal. Que Meire, inclusive, seria uma colaboradora informal, que teria recebido benesses dessa colaboração, mas que não foram formalizadas.
As investigações foram iniciadas em São Paulo e depois transferidas – a contragosto do delegado Magno Xavier – para Curitiba (PR), onde o inquérito foi arquivado, em 2017. No ano passado, por determinação judicial, o inquérito teria sido reaberto, mas sob sigilo.
GRAMPO
Num outro episódio, também noticiado pela Folha de São Paulo, o delegado Magno Xavier também teria se colocado contra os métodos da força-tarefa da Lava-Jato.
Em junho de 2017, Magno Xavier assinou uma manifestação, endereçada à Justiça Federal, em que criticava o que chamou de arquivamento “abrupto e antecipado”, por parte da força-tarefa, de um inquérito da Polícia Federal que investigava a instalação de um grampo ilegal na cela do doleiro Alberto Youssef.
O inquérito era para descobrir o que motivou e quem ordenou a instalação da escuta, sem autorização judicial, e se houve uma tentativa de abafar ou esconder o caso, que ocorreu em 2014.
“Os procuradores atipicamente requerem o arquivamento do inquérito policial, antes mesmo da realização de diligências básicas e da confecção do relatório final”, teria dito Magno Xavier na manifestação à Justiça Federal, segundo a reportagem.
Xavier assume na semana que vem.
Fonte: Folha Vitória
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