Presidente do PT diz que não há possibilidade de abrir mão da candidatura própria
As conversas entre PT e PSB ainda vão começar, mas a tirar pela postura da presidente do PT capixaba, Jackeline Rocha, vai ser difícil os dois partidos entrarem num acordo com relação a uma candidatura única ao governo do Estado.
O projeto do PSB será o de tentar convencer o PT a não ter candidato próprio – o senador Fabiano Contarato – e apoiar o governador Renato Casagrande à reeleição – embora o governador não tenha admitido ainda que será candidato.
“Nós não temos nenhum problema com a candidatura do Contarato, mas seria muito bom se não tivesse a candidatura dele. Mas, não quer dizer que isso seja um problema, porque nós entendemos o processo democrático, entendemos que havendo um segundo turno, estará todo mundo junto. Evidentemente que nós poderíamos reunir mais forças se ficássemos juntos”, disse Gavini à coluna.
Mas, pelo menos por ora, não está nos planos dos petistas capixabas retirarem a candidatura de Contarato. Pelo contrário, a militância já prepara seu lançamento oficial para este mês ou no máximo para o dia 1º de maio.
“Vai ter uma reunião da Executiva nacional na semana que vem, para avaliar o cenário nacional. Mas, pra nós, do PT, é importante ter a candidatura do Contarato, até para a construção das chapas federal e estadual. Não tem nada destoante na questão Lula-Alckmin, mas a conjuntura regional será preservada. E hoje não tem espaço para que PT e PSB possam caminhar juntos, não tem como fazer uma caminhada, do ponto de vista de união eleitoral, no primeiro momento. Se tiver segundo turno, podemos conversar, mas hoje não é uma possibilidade abrir mão da candidatura própria”, disse a presidente do PT capixaba, Jackeline Rocha.
Jackeline citou que a coligação nacional entre PT e PSB não tem o mesmo peso impositivo que teria, por exemplo, a federação e, por isso, em cada estado a relação entre os dois partidos será analisada. Ela disse não ver razão de retirar a candidatura do senador. “Não tem por que abrir mão, se a candidatura dele é viável. Contarato tem contribuído muito e não só para o Estado, mas para o país. Ele é candidato”, enfatizou Jackeline.
A presidente contou também que após a semana santa, o PT vai iniciar uma caravana pelo Estado, fazendo encontros em todas as regiões. Normalmente, os líderes petistas já se reúnem toda segunda-feira para analisar a conjuntura política, mas irão, a partir de agora, fazer plenárias pelo interior do Estado.
Paradoxo
A presidente petista comentou a união entre Lula e Alckmin. Chamou a aliança de pragmática e afirmou que a atual situação do país requer dos democratas coragem e diálogo, uma vez que houve um estranhamento em parte da militância petista na dobradinha.
Em nota, Jackeline disse que “o que está em risco é muito maior que as diferenças históricas do Partido dos Trabalhadores com o Alckmin (ex-PSDB) e, nesse momento, as nossas convergências devem prevalecer”.
“O nosso partido demonstra, mais uma vez, a capacidade de diálogo e de amplas alianças para conquistar a vitória e reconstruir o Brasil, retomar a comida no prato, a carteira assinada e a esperança no olhar de nosso povo!”, escreveu.
A ampla aliança que o PT quer fazer nacionalmente é, guardadas as devidas proporções, semelhante à proposta do PSB para o Estado. Casagrande disse, em entrevista para o programa “De Olho no Poder” que vai liderar um projeto que consiste na união de diversas forças e partidos para a construção de uma frente ampla.
Uma das críticas que lideranças socialistas fazem aos petistas, e que foi uma das causas da federação não ter dado certo entre os dois partidos, é sobre a dificuldade de fechar aliança quando a dobradinha requer que o PT recue e retire o nome da cabeça de chapa.
Embora Gavini tenha dito que o Espírito Santo não é um estado problemático para se resolver sobre a aliança PSB-PT, por ora, a situação é de impasse. Com campo aberto para o diálogo, mas com duas pré-candidaturas colocadas para o governo do Estado.
Reprodução: Folha Vitória
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