Projeto apresentado por Soraya Manato irá garantir inclusão de pequenos agricultores na produção de biocombustíveis

Projeto apresentado por Soraya Manato irá garantir inclusão de pequenos agricultores na produção de biocombustíveis

Soraya Manato (PTB/ES) apresentou na Câmara dos deputados o Projeto de Lei nº 1093/2022, apresentado pela deputada federal Dra. Soraya Manato (PTB/ES) institui o ‘Selo Biocombustível Social (SBS)’ em todo Brasil.

A certificação é um componente de identificação concedido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento aos produtores de biocombustível que adquiram um percentual das matérias-prima com pequenos agricultores.

A concessão do direito de uso do SBS permite ao produtor de biocombustível ter acesso às alíquotas de PIS/Pasep e COFINS com coeficientes de redução diferenciados que variam de acordo com a matéria-prima adquirida e região da aquisição.

Como contrapartida destes benefícios o produtor assume algumas obrigações, a destacar:

Adquirir um percentual mínimo de matéria-prima dos agricultores familiares no ano de produção do biocombustível;

Celebrar previamente contratos de compra e venda de matérias-primas com os agricultores familiares ou com suas cooperativas e com reconhecimento de firma em cartório ou declaração da entidade representativa da agricultura daquele município e/ou estado;

Assegurar preços mínimos, capacitação e assistência técnica aos agricultores familiares.

Instituído originalmente pelo Decreto nº 5.297, de 6 de dezembro de 2004, e reformulado pelo Decreto nº 10.527, de 22 de outubro de 2020, o SBS e respetivos benefícios fiscais são concedidos apenas aos produtores que adquirem de agricultores familiares a matéria-prima utilizada na obtenção do biodiesel, beneficiando cerca de 77 mil famílias de agricultores familiares que fornecem o equivalente a R$ 6 bilhões em biomassa vegetal ou animal.

O presente projeto de lei busca não somente conferir caráter permanente à política pública antes mencionada, mas também estender seu alcance aos demais biocombustíveis obtidos a partir de produtos ou resíduos oriundos da agricultura familiar.

A deputada relatou os benefícios do projeto.

”A participação da agricultura familiar nessas cadeias produtivas poderá contribuir para o aumento da geração de renda e de emprego no campo, bem como para a permanência de expressivo contingente de pessoas no meio rural, alavancando e conferindo maior dinamismo ao desenvolvimento socioeconômico de cada localidade”.

A questão adquire maior relevância ao se considerar que novos biocombustíveis estão sendo introduzidos na matriz energética brasileira, a exemplo do diesel verde, BioQAV, do hidrogênio e do biogás, obtidos a partir de outras matérias-primas oriundas do meio rural.

A agricultura familiar poderá participar de maneira expressiva desse mercado. Segundo dados do Censo Agropecuário de 2017, o País conta com cerca de 2,4 milhões de estabelecimentos rurais conduzidos por agricultores familiares, sendo que soja é produzida em cerca de 165 mil; cana-de-açúcar, em cerca de 135 mil; e milho, em cerca de 1,3 milhões de estabelecimentos.

Outras biomassas possíveis de serem destinadas à produção de biocombustíveis também são produzidas nos estabelecimentos rurais familiares.

*Com informações do Opinião ES