Roberto Jefferson diz à PF que deu 50 tiros de fuzil, mas ‘não atirou para machucar’

Roberto Jefferson diz à PF que deu 50 tiros de fuzil, mas ‘não atirou para machucar’
Brasília - Presidente Nacional do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), Roberto Jefferson, fala à imprensa após reunião com o presidente Michel Temer, no Palácio do Planalto (Valter Campanato/Agência Brasil)

Em depoimento prestado à Polícia Federal após ser preso em flagrante por tentativa de homicídio, o ex-deputado Roberto Jefferson afirmou que deu cerca de 50 tiros de fuzil em uma viatura da PF e jogou três granadas contra a equipe que foi até sua casa em diligência na manhã de domingo (23) – “uma atrás da viatura quando os policiais saíram e uma dentro de casa para assustar o policial que estava dentro da residência”.

O ex-presidente do PTB alegou que os dispositivos eram de efeito moral. Além disso, sustentou que “não atirou para machucar”. “Se quisesse, matava os policiais, pois estava em posição superior e com fuzil de mira”, disse.

Apesar das alegações de Roberto Jefferson, a avaliação da Polícia Federal é a de que Roberto “minimamente aceitou o risco’ de matar policiais federais ao disparar mais de 50 vezes e lançar as três granadas contra a equipe que foi até Levy Gasparian, no interior do Rio, para cumprir mandado de prisão expedido pelo ministro Alexandre de Moraes.

A PF chega a citar “motivação torpe” de Jefferson, em razão de o político ter externado que o “motivo da reação foi a discordância em relação ao mérito da decisão judicial”. O ex-deputado acabou sendo indiciado por quatro tentativas de homicídio, ligadas aos quatro integrantes da equipe da PF que tentaram capturá-lo.

No depoimento à PF, Jefferson narra que neste domingo, 23, estava falando no telefone sentado no quarto quando olhou pela televisão na câmera do portão quatro pessoas.

Disse ainda que “viu a equipe da Polícia Federal de pistola e sem colete” e afirmou que a PF “nestas condições não teria a menor condição de retirar o interrogado da residência”. Em seguida, pegou uma granada e disse que não iria se render. Em depoimento, Jefferson narrou ainda que falou aos policiais: “corre que eu vou jogar em vocês”.

Sobre a origem das granadas, Jefferson disse que “sempre” as teve, tendo comprado os dispositivos “no mercado” há cerca de cinco anos. O ex-deputado disse que ‘precisava de autorização, mas não tinha”, sustentando que “sempre esteve ameaçado”.

Além disso, afirmou que tinha “muita” munição dos calibres .45, .38, 5x56m, 9mm, .12 e 357mag. Como mostrou o Estadão, a Polícia Federal apreendeu caixas de balas de grosso calibre na caso do ex-deputado. também foi confiscado o fuzil que ele usou para atirar nos policiais.

Jefferson ainda legou possuir de 20 a 25 armas, que ficariam em Brasília, no cofre de um hotel do qual era mensalista. Na residência vasculhada pela PF em Levy Gasparian, o ex-deputado mantinha o fuzil e uma pistola 9mm. Jefferson ainda disse à Polícia Federal que efetua em média 500 tiros por semana.

 

Fonte: Estadão