Volta de PH mexe com política capixaba e coloca ponto de interrogação
Assunto amplamente debatido ao longo do fim da semana, a volta do ex-governador Paulo Hartung ao front da política, a partir da filiação dele ao PSD, no ano que vem, mexe com o tabuleiro do Estado e coloca alguns pontos de interrogação.
2025 será véspera do ano eleitoral, de 2026, no qual entes ligados às prefeituras e ao governo do Estado vão querer mostrar serviço, até mesmo para se cacifarem aos cargos que desejam. Isso também se aplica àqueles que estão como parlamentares atualmente.
Claro que uma questão a ser observada é a eleição da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, logo no início de fevereiro do ano que vem. Para o governo do Estado, liderado por Renato Casagrande (PSB), será fundamental ter alguém que seja amplamente parceiro da gestão. Tanto o presidente da Casa de Leis, Marcelo Santos (União Brasil), quanto Vandinho Leite (PSDB), que são os principais postulantes ao posto, já realizaram intensas juras ao socialista. Marcelo foi além e estendeu a bandeira pela candidatura de Casagrande ao Senado.
Será interessante notar como ficará o comportamento de alas parlamentares e o início de desenhos de novas parcerias. Um exemplo é a mais do que consolidada amizade entre Progressistas e Republicanos, que agora poderá ganhar de vez a companhia do PSD, o que gera uma trinca com representantes importantes.
Dessa possível trinca, é preciso pinçar nomes que vão estar nas campanhas majoritárias – Senado e Governo. E aí há muito cacique para pouca oca, o que leva a uma natural necessidade de entendimento. A chapa terá um ou dois candidatos a senador? Quem ganha e quem perde? E como compensar uma eventual perda. São fatores que serão analisados.
A curiosidade é que todo esse processo de movimentação de tabuleiro se dá sem Paulo Hartung proferir pio algum. Tudo parte por outros atores, como o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, e o presidente estadual da sigla, Renzo Vasconcelos.
Inevitavelmente, o nome de PH volta às rodas e ao recall de pesquisas, por exemplo. Caso realmente venha para a disputa, ele terá tempo de rodar o Estado e dialogar. E ainda terá que confrontar o que disse em 2018, no artigo “Por que vou pendurar as chuteiras”.
À ocasião, declarou que é o que é “grave é obstruir a possibilidade de oxigenação das lideranças políticas do país”. Ora, se ele retorna para a disputa ao governo, não seria um tipo de obstáculo? Ou será que prefere, de repente, um embate ao Senado ou ser maestro de algum movimento?
Se novamente estiver no páreo, também se deparará com o que afirmou há seis anos. “Aos 61 anos, vou pendurar as chuteiras da disputa de mandato. Foi uma história bacana, e agora é página virada. Acho que a gente tem de saber a hora de parar”.
Em 2018, ele falou explicitamente. Em 2024, às vésperas para 2025, ainda não. Só houve discursos pelos outros. Mas, inevitavelmente, caso PH esteja de volta às trincheiras, ele vai reeditar um confronto com Casagrande, seja direta ou indiretamente. E isso vai obrigar que grupos políticos tomem partido, o que obriga a criação de polos mais acirrados do que os vistos nas últimas duas eleições para o Palácio Anchieta.
Seguindo
O presidente estadual do PSD e prefeito eleito de Colatina, Renzo Vasconcelos (PSD), segue o ex-governador Paulo Hartung, futuro correligionário dele, no Instagram. E PH promove a recíproca.
Cenário nacional
Em cenário nacional, o PSD é dono de três ministérios do governo Lula, mas, segundo publicado pela Coluna do Estadão, nesta segunda-feira (30), o presidente da sigla, Gilberto Kassab, adoraria uma candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), à Presidência da República. Kassab, lembrando, é secretário de Estado de Governo paulista.
Lembrando que…
…quem está ao lado de Tarcísio, em São Paulo, é Roberto Carneiro, presidente do Republicanos paulista. Carneiro, não custa recordar, foi secretário de PH na última gestão dele, ocupando as titularidades das pastas de Esportes e da Casa Civil.
Pré-candidatos
Pelos lados do Progressistas, os deputados federais Da Vitória (Progressistas) e Evair de Melo (Progressistas) são tratados no núcleo duro e nacional da sigla como pré-candidatos ao governo do Estado.
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